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Satélite ajuda Aegea a vigiar vazamentos e reduzir perdas de água

Com assertividade de cerca de 80%, tecnologia diferencia a água normal da tratada com cloro; Centro de Operações Integradas faz a análise e encaminha a demanda para as equipes de campo

Tecnologia: Centro de Operações Integradas analisa os dados coletados pelo satélite e, com as equipes de campo, busca reduzir perdas (Divulgação/Aegea)
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 23 de maio de 2024 às 07h30.

Última atualização em 20 de junho de 2024 às 17h24.

Se o Brasil, por um lado, ainda carrega o atraso nos investimentos em saneamento e as pesadas consequências sociais e ambientais, por outro o que se pode ver em algumas empresas do setor o esforço de melhorar a eficiência com a ajuda em tecnologia de ponta.

A Aegea decidiu contar com a ajuda das informações captadas via satélite para combater um problema crônico no setor: o desperdício de água causado por vazamentos. Tubulações antigas, obras mal planejadas são algumas das causas para que o Brasil.

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A empresa tem operações em 507 municípios e há cerca de um ano começou a usar uma tecnologia, em parceria com a Asterra, que aponta, após análise de dados coletados por satélite, onde há vazamento de água. O equipamento consegue diferenciar a água normal daquela tratada pela empresa de saneamento ao mapear a presença de cloro. Os dados são enviados para o Centro de Operações Integradas (COI), que trata as informações e encaminha a demanda para as equipes de campo. A assertividade, atualmente, já é de cerca de 80%.

Expansão

Entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, o satélite escaneou 582 Km de rede de água. Apenas nesse perímetro e período, foram encontradas 122 possíveis áreas com vazamentos, também confirmados com o geofone - solução fornecida pela Asterra. O que já foi reparado devolveu ao sistema 158 milhões de litros de água. Até o final dos consertos e trocas de tubulações em curso, o volume de água recuperada poderá abastecer 7 mil habitantes.O objetivo da Águas do Rio, concessionária comandada pela Aegea na região, é expandir o projeto para toda a área de atuação na capital fluminense, além dos 27 municípios atendidos pela empresa.

Alternativas como a encontrada pela Aegea são importantes.Segundoo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento ( SNIS 2022) e o estudo Perdas de Água Potável (2023, Ano Base 2021): Desafios Para a Disponibilidade Hídrica ao Avanço da Eficiência do Saneamento Básico, no processo de distribuição de água para o consumo, os sistemas sofrem perdas de 37,8%, na média nacional. É o equivalente a quase 8 mil piscinas olímpicas que não chegam ao destino. Seria o suficiente para abastecer em torno de 67 milhões de brasileiros por ano, ou seja, pouco mais de 30% da população do país em 2021.

Presidente do Instituto Aegea, Édison Carlos lembra que, apesar de o saneamento ser a infraestrutura mais elementar que a sociedade pode ter e mais próxima da vida da pessoa, ainda há muito a ser feito. “Estamos falando da água potável, algo revolucionário para as pessoas desde que a humanidade existe, além do tratamento do esgoto , que tem um papel fundamental na nossa saúde ”, analisa.

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