Reconhecida pelo mercado de capitais, SLC estuda como avançar no sequestro de carbono
SLC Agrícola é vencedora na categoria Agronegócio, Alimentos e Bebidas no Melhores do ESG 2023
Jornalista
Publicado em 11 de junho de 2023 às 18h45.
Última atualização em 13 de junho de 2023 às 11h45.
Aurélio Pavinato terminou 2022 com a notícia de que a SLC Agrícola, da qual é diretor-presidente, passaria a fazer parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 a partir de janeiro deste ano. No ano passado, a empresa já havia conseguido integrar outros dois índices importantes da bolsa: o Índice Carbono Eficiente (ICO2) e o IGPTW, que engloba aqueles empregadores com as melhores práticas no mercado de trabalho.
Para Pavinato, fazer parte do ISE foi uma espécie de confirmação de que o caminho das boas práticas de sustentabilidade está na direção certa. Faltavam, segundo o executivo, alguns ajustes específicos.
A partir de 2020 a SLC Agrícola constituiu o comitê ESG no nível de conselho e passou a debater o tema com mais profundidade. “Vimos que, ao discutir, analisar e compreender as ações, a chance de evolução na gestão do tema é muito maior”, pontua o executivo.
A questão da água e solo
Para uma empresa que atua no campo, a relação com o meio ambiente é a questão mais sensível por causa do nível de exposição a riscos como contaminação de água e solo e ocupação de áreas degradadas. Desde agosto de 2021, a SLC Agrícola não expande mais as operações agrícolas, conforme compromisso assumido em sua Política de Desmatamento Zero, aplicável a áreas próprias, aquisições, arrendamentos e joint ventures, até para processos que envolvam terceiros.
Para crescer, é preciso buscar ganhos de eficiência e alavancar a produtividade. Fica fora dos planos da empresa a conversão de novas áreas com vegetação nativa. A exceção, segundo a Política de Desmatamento Zero, é a supressão de fragmentos isolados de vegetação, quando estritamente necessário, em situações como manutenção de estradas, redes de energia elétrica, aceiros para combate ao incêndio em áreas de vegetação nativa e estruturas hidráulicas para captação de água superficial. O compromisso da empresa é ser carbono neutro nos escopos 1 e 2 até 2030.
“Definimos a meta porque vimos que seria possível avançar com a ajuda da tecnologia. Hoje, é possível aplicar insumos, que geram emissões na atmosfera, de forma mais assertiva, com um uso mais eficiente. Além disso, as máquinas estão cada vez mais modernas, o que também contribui para reduzirmos as emissões por meio do uso de diesel”, explica Pavinato.
Carbono e diversidade
Segundo o diretor-presidente da SLC, outro caminho para melhorar a relação com o meio ambiente é o aumento do sequestro de carbono. Esse é um tema que vem sendo trabalhado mais recentemente pela empresa, que está desenvolvendo uma metodologia para saber quanto carbono é possível capturar por meio da vegetação nativa e da integração lavoura-pecuária-floresta.
Além dos cuidados no relacionamento com os recursos naturais, segundo Pavinato, a SLC tem se preocupado em fazer investimentos que olhem para dentro da empresa. Um deles é o Programa Educação Inclusiva, voltado para o desenvolvimento dos funcionários na inclusão digital e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2022, a empresa ofereceu salas de aula, material básico e transporte para 414 alunos do curso, que formou 176 colaboradores no ano.
As atividades de diversidade e inclusão possibilitaram à SLC aumentar em cerca de 100% a presença de mulheres em posições de liderança no período entre 2018 e 2022 por meio do Programa Liderança Feminina.