Problema de rico: 9 mil toneladas de lixo espacial ameaçam turismo sideral
Comitê da ONU se reúne nesta quarta-feira para debater o problema dos restos de equipamentos espaciais deixados em órbita. Risco de colisão é crescente
Rodrigo Caetano
Publicado em 25 de agosto de 2021 às 06h00.
No turismo, o lixo costuma ser um problema das cidades quando os turistas voltam para casa. No caso do turismo espacial , nova onda entre os multibilionários, os resíduos são um problema dos turistas na ida. Há, atualmente, cerca de 9 mil toneladas de lixo espacial em órbita. São restos de satélites, foguetes e outros equipamentos utilizados para a exploração sideral, e que nunca foram recolhidos por seus donos. O risco de colisão é crescente.
Por esse motivo, a partir desta quarta-feira, 25, uma comissão da ONU irá se reunir para debater o problema e tentar encontrar uma solução para o tráfego espacial. O Comitê para o Uso Pacífico do Espaço (COPUOS, na sigla em inglês) irá examinar uma vasta gama de tecnologias capazes de criar um sistema anticolisão colaborativo. O grande obstáculo para isso, no entanto, está na espionagem. Rivais espaciais de longa data, como Estados Unidos, Rússia e China, relutam em divulgar a posição de seus satélites espiões.
E as rivalidades se acirraram nos últimos anos, especialmente entre americanos e chineses. Desde 2011, os EUA proibiram qualquer colaboração com a China em projetos espaciais. A China respondeu com a construção de sua própria estação espacial, lançada em abril. Enquanto isso, os bilionários astronautas que desviem do lixo.
A corrida espacial de Musk, Bezos e Branson
Na disputa entre Elon Musk , CEO da Tesla, e Jeff Bezos, fundador da Amazon, em uma nova corrida espacial, o novo competidor Richard Branson , da companhia aérea Virgin Atlantic, tomou a dianteira com o sucesso de sua primeira viagem turística ao espaço.
Até Musk já correu e garantiu sua reserva para uma das próximas viagens ao espaço na empresa de Branson, a Virgin Galactic. O dono da Tesla tem feito voos experimentais de seus foguetes da SpaceX há mais de um ano.
E Bezos, dono da empresa Blue Origin, acabou ficando para trás. A decolagem de Branson veio nove dias antes do primeiro voo de Bezos a bordo de um de seus foguetes.
Dos três, Musk é o único a abordar o tema do lixo espacial. No ano passado, a diretora de operações da SpaceX, Gwynne Shotwell, afirmou que o foguete Starship pode realizar serviços de coleta de resíduos no espaço. Ela explicou que o Starship tem capacidade para transportar até 100 toneladas de carga por longas distâncias.
“É possível aproveitar a nave para ir até alguns desses corpos de foguetes mortos e coletar uma parte deste lixo que está no espaço sideral”, afirmou Shotwell. “Não será algo fácil de ser feito, mas o Starship oferece essa possibilidade.”
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