Pobreza menstrual impacta a vida da mulher e gera prejuízo bilionário
Pesquisa inédita realizada pela marca de cuidados íntimos Always, da fabricante de bens de consumo P&G, em parceria com o Instituto Locomotiva visa mudar cenário da pobreza menstrual no Brasil
Marina Filippe
Publicado em 17 de março de 2022 às 13h43.
Última atualização em 17 de março de 2022 às 13h44.
A pobreza menstrual, quando não há insumos básicos para a higiene durante a menstruação, afeta 2,9 milhões de estudantes do ensino fundamental, médio ou superior com 16 anos ou mais, o que implica na média 14 milhões de faltas de mulheres estudantes por ano, segundo pesquisa inédita realizada pela marca de cuidados íntimos Always, da fabricante de bens de consumo P&G , em parceria com o Instituto Locomotiva.
E das mulheres que estão no mercado de trabalho, 5,5 milhões já faltaram aos seus postos por causa da pobreza menstrual, fator que gera prejuízo de R$ 2.4 bilhões na economia brasileira por ano.
“Essa pesquisa é muito importante pois quantifica e nos mostra como a pobreza menstrual é um problema que está em nossas estruturas, causando lacunas na vida das meninas desde o período escolar e trazendo consequências até a vida adulta. Queremos fazer parte da solução e por isso estamos nos movimentado para ampliar o alcance dessa discussão, afinal essa é uma luta de todas nós”, diz Laura Vicentini, vice-presidente de cuidados femininos da P&G Brasil.
Segundo Renato Meirelles, Presidente do Instituto Locomotiva, os dados revelados pelo estudo são preocupantes. "Eles indicam diversas camadas de vulnerabilidade a que estão expostas as mulheres em relação à sua saúde menstrual: falta informação durante a primeira menstruação, falta acolhimento nos ambientes escolares e de trabalho, falta renda para aquisição de produtos necessários, e faltam políticas públicas para enfrentar o tamanho do problema”.
A pesquisa ainda revela que 52% das brasileiras já sofreu alguma privação relacionada a pobreza menstrual, e os dados evidenciam os reflexos da desigualdade social e mostram que mulheres pobres e negras são as mais afetadas. Além disso:
- 36% das brasileiras já tiveram que pedir absorvente emprestado ou dinheiro para comprar. Ao mesmo tempo, 79% das mulheres disseram já ter emprestado o produto ou dinheiro para alguém sem condições;
- Mais de 35% das mulheres, cerca de 20 milhões, afirmam que os gastos com produtos de higiene pesam na renda mensal e precisam economizar com estes itens. Entre as mais pobres essa proporção chega a 59%;
- Nesse cenário, 77% das mulheres já usaram outro item no lugar do absorvente, sendo que as mais ricas por esquecimento e as mais pobres por falta de recurso. Entre esses itens alternativos, o papel higiênico é o substituo mais comum, seguido por panos laváveis.
Campanha
A partir das informações, a Always lança campanha #MaisAbsorventesMenosFaltas para ampliar a discussão sobre a temática e buscar construir junto à sociedade um cenário em que as meninas, mulheres e todas as pessoas possam ser quem elas quiserem ser.
Depois de trazer luz ao tema em 2021, com a campanha #MeninaAjudaMenina, que gerou a doação de mais de 3 milhões de absorventes e que partiu da pesquisa inicial criada pela Toluna em 2020, a marca dá mais passos em direção ao fim da problemática na sociedade brasileira.
Além disso, a marca agora se une à Aceleradora P&G Social para expandir o esse trabalho criando a primeira Aceleradora Social focada em pobreza menstrual do mundo. A Aceleradora Social de Always se junta a parceiros estratégicos para apoiar 4 instituições não-governamentais pelo Brasil, que receberão R$ 50.000,00 cada para o desenvolvimento de projetos que apoiam pessoas em vulnerabilidade menstrual. Cada uma das 4 ONGs selecionadas também receberá 100 mil absorventes Always e mentoria do time de liderança da P&G para desenvolvimento durante o ano de 2022.
Para viabilizar a criação da Aceleradora, Always conta com a importante contribuição dos parceiros Grupo Profarma, Panvel e Ibiapina. As empresas abraçaram a causa junto com a marca por identificar na pobreza menstrual um problema sensível à sociedade brasileira, importante para todas as pessoas que menstruam, e urgente para todo o país.
“O pilar da responsabilidade social sempre foi muito importante para o Grupo Profarma. Sabemos dos impactos da pobreza menstrual na vida de tantas meninas, por isso, é uma alegria contribuir de forma positiva na vida delas. E temos certeza de que, com conexões fortes, conseguiremos colaborar em outros grandes projetos”, diz Deborah Birmarcker, diretora de ESG do Grupo Profarma.
As inscrições começam no dia 15 de março e vão até o dia 28 de abril, e o resultado estará disponível no site e nas redes da marca em até 60 dias após o encerramento das inscrições.
Metodologia
A Pesquisa por Always realizada pelo Instituto Locomotiva utilizou de metodologia quantitativa entrevistando online 1016 mulheres de 16 a 50 anos que menstruam, com abrangência nacional, margem de erro estimada: 3,1 p.p. Também foi realizada pesquisa qualitativa com grupos de discussão com um total de 24 mulheres de 16 a a 39 anos, das Classes CD. Dados coletados de 25 de janeiro a 02 de fevereiro de 2022.