Petroleiras e mineradoras estão distantes de metas do Acordo de Paris
Empresas estão sob pressão crescente de grupos ambientais e investidores para demonstrar como modelos de negócios se alinham com o acordo de Paris, de 2015
Extração de petróleo: apenas sete das 59 empresas estudadas - Royal Dutch Shell, Repsol, Total, Eni, Glencore, Anglo American e Equinor - estabeleceram metas de redução de emissões de acordo com as promessas feitas no Acordo de Paris (Shannon Stapleton/Reuters)
14 de outubro de 2020, 21h58
Nenhuma das maiores empresas de petróleo, gás e carvão da Europa está a caminho de limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius, de acordo com relatório de gestores de ativos que administram mais de US$ 22 trilhões.
Empresas de energia e mineração estão sob pressão crescente, tanto de grupos ambientais quanto de seus próprios investidores, para demonstrar como seus modelos de negócios se alinham com o acordo climático de Paris e mostrar que têm tomado medidas para reduzir emissões.
Apenas sete das 59 empresas estudadas - Royal Dutch Shell, Repsol, Total, Eni, Glencore, Anglo American e Equinor - estabeleceram metas de redução de emissões de acordo com as promessas feitas no Acordo de Paris, de acordo com relatório da Transition Pathway Initiative (TPI).
A TPI é um programa global com sede na London School of Economics, que avalia os riscos climáticos e a preparação das empresas para uma economia de baixo carbono.
No entanto, mesmo as chamadas promessas do Acordo de Paris ainda deixarão o mundo no caminho de 3,2 graus Celsius de aquecimento, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

As promessas de redução de emissões das empresas europeias de petróleo e gás estão abaixo das metas do Acordo de Paris (Reprodução/Reprodução)
Apenas três empresas de petróleo e gás estudadas - Shell, Total e Eni - se aproximam de uma trajetória de 2 graus Celsius “mas ainda precisam de mais medidas para serem avaliadas para se alinhar com essa referência”, disse a TPI em comunicado.
“Precisamos examinar os detalhes desse relatório, mas estamos satisfeitos que a TPI reconheça a natureza líder de nossa ambição e que estejamos alinhados com as promessas de redução de emissões do Acordo de Paris”, disse uma porta-voz da Shell.
As emissões da britânica BP devem diminuir continuamente nas próximas três décadas. No entanto, ainda devem permanecer acima do necessário para cumprir o Acordo de Paris. A BP disse que não viu o relatório completo e não sabia se a análise da TPI refletia sua nova estratégia anunciada em agosto e setembro. A BP pretende eliminar todas as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.
A Glencore não quis comentar o relatório. A empresa disse em fevereiro que cortaria as chamadas emissões de escopo 3 - aquelas geradas por seus consumidores - em 30% nos próximos 15 anos. A Anglo American disse que está comprometida em responder às mudanças climáticas e que pretende ser neutra em carbono em suas operações até 2040.
A Equinor anunciou neste ano que eliminaria as emissões de suas operações globais até 2030 e reduziria a intensidade de carbono de seus produtos em pelo menos metade até 2050. “Acreditamos que as medidas demonstram que nossa empresa está agindo de acordo com as ambições de Paris e nossos planos são mais ambiciosos do que na maioria das jurisdições”, disse um porta-voz da Equinor.
A Repsol disse que está firmemente empenhada em se tornar uma “empresa com emissões líquidas zero” e que “continuará a se envolver com a TPI para demonstrar nosso progresso a este respeito”.
“Estamos satisfeitos em ver que a TPI, em seu relatório mais recente, deu à Eni uma avaliação de alto nível”, disse um porta-voz da Eni.
A Total disse que apoia as metas do Acordo de Paris e que sua ambição é ser neutra em carbono até 2050. A empresa de energia francesa afirma que já reduziu a intensidade média de carbono dos produtos de energia que vende em 6% desde 2015.
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