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Governo corta verba e ações de combate ao desmatamento são suspensas

Foram bloqueados 20,9 milhões de reais em verbas do Ibama e outros 39,7 milhões de reais em recursos do ICMBio

Desmatamento: Ministério do Meio Ambiente anunciou que vai suspender as ações de combate ao desmatamento e queimadas a partir de segunda (Ibama/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 28 de agosto de 2020 às 18h06.

Última atualização em 28 de agosto de 2020 às 18h47.

Todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia serão interrompidas a partir da zero hora da segunda-feira, informou o Ministério do Meio Ambiente nesta sexta-feira, acrescentando que a decisão decorre de bloqueio financeiro imposto pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF), vinculada ao Ministério da Economia.

O ministério informou em nota que a SOF determinou o bloqueio de 20,9 milhões de reais em verbas do Ibama e outros 39,7 milhões de reais em recursos do ICMBio. A restrição também vai paralisar ações de combate às queimadas no Pantanal e demais regiões do país, afirmou.

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"Segundo informado ao MMA pelo secretário Esteves Colnago, do Ministério da Economia, o bloqueio atual de cerca de 60 milhões de reais para Ibama e ICMBio foi decidido pela Secretaria de Governo e pela Casa Civil da Presidência da República, e vem a se somar à redução de outros 120 milhões de reais já previstos como corte do orçamento na área de meio ambiente para o exercício de 2021", afirmou o ministério.

Procurados, o Ministério da Economia, a Secretaria de Governo e a Casa Civil da Presidência não responderam de imediato a pedidos de comentários sobre a nota do MMA.

A decisão de interromper as operações ambientais ocorre no momento em que o governo do presidente Jair Bolsonaro tem sido criticado duramente dentro e fora do país devido à destruição da floresta amazônica. Empresários brasileiros e investidores estrangeiros têm cobrado ações mais efetivas do governo para a região, uma vez que tem havido repercussão no âmbito econômico.

Paralisação

O MMA informou no comunicado que as operações que serão paralisadas no âmbito do combate às queimadas compreendem a desmobilização no Ibama de 1.346 brigadistas, 86 caminhonetes, 10 caminhões e 4 helicópteros. O ministério disse ainda que, nas ações do instituto relativas ao combate ao desmatamento ilegal, serão desmobilizados outros 77 fiscais, 48 viaturas e 2 helicópteros.

No âmbito do ICMBio, segundo a pasta, nas operações de combate ao desmatamento ilegal serão desmobilizados 324 fiscais, além de 459 brigadistas e 10 aeronaves Air Tractor que atuam no combate às queimadas.

Na véspera do anúncio do ministério, em um evento virtual, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que é presidente do Conselho da Amazônia, havia minimizado as críticas sobre ações em relação à região.

Mourão havia defendido que é preciso desmistificar o bioma amazônico e que é necessário combater com argumentos a visão que o mundo tem sobre a região, acrescentando que não é a floresta inteira que queima.

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