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Felicidade dos jovens brasileiros depende de um propósito, diz estudo

Pesquisa mostra que maioria dos jovens entre 12 e 24 anos está apático em relação à sociedade e tem pouco engajamento socioambiental

Apesar de não se mobilizarem tanto com causas ambientais, jovens sentem necessidade de ter um propósito (Jacob Ammentorp Lund/Thinkstock)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 10h36.

Sentir que há propósito em suas ações, o apoio de pessoas próximas e energia ao fazer as coisas são os principais motivadores da felicidade entre os jovens brasileiros, de acordo com uma pesquisa do Instituto Akatu,  instituição sem fins lucrativos voltada ao consumo consciente.

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A pesquisa “CYCLES: Children and Youth in Cities - Lifestyle Evaluations and Sustainability” (Na tradução livre: Infância e juventude nas cidades - avaliações de estilos de vida e sustentabilidade) ouviu 2.265 jovens com idades de 12 a 24 anos em todas as regiões do Brasil, especialmente  na capital e região metropolitana de São Paulo, e buscou analisar os hábitos de comportamento e consumo dessa faixa etária.

Apesar de terem clareza ao avaliarem o que determina a felicidade, quase metade dos jovens (45%) afirmaram não estarem satisfeitos com a vida, enquanto 53% disseram estar infelizes. Entre os que responderam positivamente sobre a situação de felicidade e satisfação, há correlação entre os três fatores citados acima. Para os jovens de São Paulo em particular, um outro motivo é determinante para a felicidade: a participação em protestos e manifestos sociais.

A pesquisa também indica que, quanto maior o nível de escolaridade, maior a preocupação com as finanças. 46% dos jovens com ensino superior afirmam se preocupar constantemente com a situação financeira de sua família. Em São Paulo, esse número é de 57%. Quanto maior o nível de escolaridade, também maior a insatisfação com os bens materiais individuais.

Quando questionados sobre o que é viver bem, os jovens afirmaram, nesta ordem: ser saudável (36%), relacionar-se bem com familiares e amigos (34%), ter dinheiro suficiente para coisas básicas (31%) e uma boa educação (30%).

O quadro revela um nível preocupante de apatia e inércia diante do atual cenário social e político, de acordo com Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu. “Os números foram uma surpresa para nós, principalmente quando falamos em jovens cada vez mais engajados com causas sociais e ambientais”, diz.

Engajamento climático

Apenas 18% dos jovens brasileiros participaram de algum protesto a favor da causa climática no último ano. No caso dos que participaram, estão jovens de classe social mais alta (A ou B). A principal motivação para o engajamento é a percepção dos impactos nos animais, meio ambiente e futuro.

Os resultados da pesquisa refletem uma urgência por parte das empresas em repensar estratégias para alcançar - e engajar - público mais jovem em ações focadas em ESG. “O papel das empresas é se apoiar no poder político, econômico e social para pressionar governos na adoção de medidas que levem o assunto para uma escala mais ampla”, diz Mattar. "Os resultados da pesquisa Cycles são de grande utilidade para a sociedade, as universidades e as empresas compreenderem melhor os estilos de vida e as aspirações dos jovens para, então, contribuir na promoção de estilos mais sustentáveis de vida".

A Coca-Cola é um exemplo de empresa com ações estruturadas de ESG e atenção ao público jovem - além de ser uma das patrocinadoras do estudo. Segundo Andrea Mota, diretora de sustentabilidade e comunicação corporativa da Coca-Cola Brasil, a resposta para despertar ainda mais o interesse de jovens pela questão ambiental é compreender o contexto de urgência na realidade cada um. “A nossa missão é trazer o assunto mais para perto e mostrar aos jovens que, apesar de preocupados com temas tão próximos ao dia a dia, como a questão financeira, podem olhar para assuntos globais com mais cuidado", diz.

Para reforçar o compromisso com a causa ambiental, a fabricante se tornou signatária de um pacto global público de incentivo à economia circular, promovendo a coleta e reciclagem de 100% dos resíduos produzidos, sobretudo as garrafas PET, até 2025.

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