(Bloomberg/Bloomberg)
Rodrigo Caetano
Publicado em 14 de janeiro de 2022 às 05h38.
Última atualização em 14 de janeiro de 2022 às 05h39.
Em dezembro, o BlackRock Investment Institute, instituto de análises de mercado mantido pela maior gestora de ativos do mundo, publicou um relatório com as tendências estruturais que irão moldar as estratégias de investimentos para este ano. O estudo é dividido em três partes: “vivendo com a inflação”, “superando a confusão” e “navegando pelo carbono zero” (Living with inflation, Cutting through confusion e Navigating net zero).
Para a BlackRock, que possui impressionantes 9,5 trilhões de dólares sob gestão, 2022 será um ano difícil e cheio de mudanças. A pandemia, somada à transição para a economia de baixo carbono, estão gerando um choque de oferta na economia global, que permanecerá por décadas fará com que o mundo tenha de aprender a conviver com um cenário de elevação de preços constante.
Mesmo diante do cenário desafiador, a BlackRock mantém a aposta na transição para a economia de baixo carbono, propósito que ela adota há anos. “Há uma noção popular de que combater as mudanças climáticas implica em custos econômicos e inflação maiores. Não concordamos. Uma transição tranquila para a economia carbono zero deve implicar em crescimento maior e inflação menor. Uma transição desordenada ou a falta de ação climática sugere crescimento baixo e inflação ainda mais alta”, afirma a BlackRock.
Nesta sexta-feira, 14, a gestora divulgará seus resultados do ano passado. A expectativa é de que ela apresenta um crescimento substancial tanto em receita quanto em ganhos por ação. Se confirmado, será uma demonstração da força da BlackRock em influenciar nos rumos do mercado financeiro. As já famosas cartas do seu CEO Larry Fink, que há quase uma década pede aos clientes que adotem o ESG em suas estratégias, serão lidas com mais atenção diante de um quadro global com risco elevado.
Para a BlackRock, fazer uma transição “suave” para a economia de baixo carbono é mais importante para o controle da inflação do que a política monetária. Isso dá a medida do quanto a gestora irá se esforçar para mudar a lógica do mercado.