Gustavo Araujo, presidente do Distrito: hub de inovação anuncia pacote de ações voltado a startups ESG no país (Distrito/Divulgação)
Os novos padrões de sustentabilidade obrigaram as empresas a inovar e se associar a pequenas companhias com soluções inovadoras para se aproximarem cada vez mais das três letras do ESG (sigla em inglês para ambiental, social e de governança). Como resultado, já são 740 startups de ESG no Brasil, segundo o estudo "Inside ESG Tech Report”, elaborado pelo hub de inovação Distrito e divulgado em exclusividade à EXAME.
Este é o primeiro relatório setorial voltado às startups de ESG feito pelo Distrito e, por se tratar do primeiro, o foco, segundo a empresa, foi contextualizar o que é de fato o ESG e destacar quais são as principais iniciativas internacionais e nacionais dentro desse mundo, além de apresentar as principais categorias e subcategorias.
“Nossa metodologia foi baseada em achar startups que podem ajudar empresas a alcançar os pilares do ESG de maneira mais rápida e efetiva”, explica Gustavo Araújo, CEO do Distrito.
Das 740 startups mapeadas, foram identificados 28 diferentes setores. Entre eles, predominam os segmentos de Água e Energia, MarTech, HRTech, FinTech, GreenTech, EdTech, Indústria 4.0, AgTech, Negócios sociais e HealthTech, que juntos representam quase 80% de todas as startups mapeadas. Em relação às categorias, a maior parte das startups (36%) têm soluções voltadas à categoria social. Em seguida estão as empresas com soluções ambientais (34,7%) e de governança (29,1%).
A porcentagem de empresas ESG ainda é mínima entre as 14.946 startups do país, também mapeadas pelo Distrito. A relevância do tema, porém, fará crescer o número de empresas de impacto, bem como incentivar a evolução do ecossistema como um todo - o que também inclui investimentos no setor. “O ESG subiu muito na prioridade dos CEOs e na liderança de nossos clientes. Recebemos muitos pedidos de mercado e percebemos que precisávamos de algo permanente. Esse é o tema da vez”, diz Araújo.
Segundo o relatório, as startups de ESG já receberam juntas o total de 991 milhões de dólares em investimentos ao longo da última década. Cerca de 90% de todo volume investido aconteceu nos últimos três anos. O setor social concentra boa parte dos aportes: foram 699,8 milhões de dólares captados (70,6%), frente 81,8 milhões de dólares destinados ao setor ambiental e 209,6 milhões no setor de governança.
Em 2020, mesmo diante de um cenário atípico e consideravelmente negativo para a economia, as empresas com soluções ambientais, sustentáveis e de governança receberam cerca de 278 milhões de dólares em aportes, divididos em 38 rodadas de captação. Os primeiros quatro meses de 2021 já concentram 26% do volume investido em 2020.
O relatório destaca as captações da startup de chatbots Take da Trybe, de educação em tecnologia e da Cuidas e Zenklub, de saúde.
Junto do lançamento do relatório, o Distrito anuncia também a criação de um hub digital voltado ao ESG. O objetivo é promover a interação entre grandes empresas, investidores e startups por meio de uma plataforma digital. No hub, as startups podem acessar informações, em tempo real, sobre o mercado deste setor e análises do ecossistema.
No rol de serviços oferecidos pela plataforma, que será lançada oficialmente no dia 17 de maio, estão também o acesso a outros fundadores de startups, calendário de eventos e programas de mentorias, no qual os empreendedores podem se inscrever como mentores ou mentorados. Há também um módulo de desafios corporativos, onde empresas podem lançar desafios para startups dentro das três letras do ESG, além do contato com especialistas do Distrito para esclarecimento de dúvidas.
No segundo semestre do ano, o Distrito vai promover também o seu primeiro programa de aceleração de seis meses para startups ESG, chamado de ESG Scale. “Entendemos que se selecionarmos 10 dos melhores empreendedores de startups ESG, conectarmos elas a players relevantes e investirmos nelas, vamos avançar na maturidade do mercado mais rapidamente”, diz Araújo. O intuito central é estimular o desenvolvimento dessas empresas e prepará-las para receber investimentos, afirma.
“Vemos um mercado que ainda está se iniciando. As empresas estão separando orçamento e montando times com foco em sustentabilidade e governança, além de termos um consumidor mais ativo e que força empresas a criarem políticas claras no tema”.
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