ESG

Apoio:

logo_suvinil_500x252
Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
logo_engie_500X252

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Desastres naturais vão custar US$ 151 bilhões anualmente a seguradoras

A expansão urbana, a exposição de propriedades e as mudanças climáticas devem aumentar significativamente os prejuízos das seguradoras

Conforme o aquecimento global aumenta, os desastres globais têm se tornado cada vez mais forte. (Paula Bronstein/Getty Images)

Conforme o aquecimento global aumenta, os desastres globais têm se tornado cada vez mais forte. (Paula Bronstein/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 4 de setembro de 2024 às 12h21.

Desastres naturais devem gerar perdas anuais de até US$ 151 bilhões (aproximadamente R$ 851,5 bilhões) ao setor global de seguros, segundo um novo relatório da Verisk, uma empresa especializada em modelagem de riscos. Esse valor representa um aumento de 40% em comparação com a média de US$ 106 bilhões (cerca de 598 bilhões) registrada nos últimos cinco anos. Desses US$ 151 bilhões projetados, cerca de US$ 119 bilhões (cerca de R$ 672 bilhões) estão relacionados a danos em propriedades, excluindo prejuízos agrícolas. As informações são da Bloomberg.

A análise da Verisk destaca que, embora furacões e terremotos sejam os eventos individuais de maior impacto, tempestades convectivas severas, tempestades extratropicais, incêndios florestais e inundações também desempenham um papel significativo, representando mais da metade das perdas previstas em US$ 119 bilhões. A diversidade dos desastres climáticos torna o cenário ainda mais desafiador para o setor de seguros, que precisa lidar com uma variedade de riscos em várias regiões do mundo.

Segundo a Verisk, o principal impulsionador desse aumento nas perdas é o crescimento da exposição das propriedades e a inflação, com as mudanças climáticas contribuindo com cerca de 1% do crescimento anual. No entanto, a expectativa é que o impacto das mudanças climáticas se torne mais pronunciado nas próximas décadas, à medida que eventos climáticos extremos se tornem mais frequentes e intensos.

As temperaturas globais mais altas afetam todos os tipos de fenômenos atmosféricos, incluindo ciclones tropicais, mas seu impacto é mais imediato e visível em incêndios florestais, inundações e tempestades severas. A Verisk observa que a relação entre o aquecimento global e esses eventos é mais clara, embora o vínculo entre o aquecimento climático e tempestades severas ainda seja menos compreendido cientificamente.

Custos altíssimos

Relatórios anteriores indicam que, apesar de nenhum evento climático isolado ter gerado perdas superiores a US$ 10 bilhões (R$ 56,5 bilhões) em 2022, houve 37 tempestades severas que causaram prejuízos superiores a US$ 1 bilhão (R$ 5,65 bilhões) cada, de acordo com dados da Aon Plc, empresa de corretagem de seguros. Esse número é muito superior à média anual de 14 tempestades desse tipo. O aumento na frequência desses eventos climáticos de menor escala, mas de grande impacto cumulativo, destaca a complexidade de prever os riscos para o setor de seguros.

A Verisk e outras empresas de modelagem de riscos enfrentam o desafio de aprimorar suas previsões para tempestades severas e desastres de menor escala, que estão ocorrendo com maior frequência e causando danos substanciais. Embora o entendimento sobre como as mudanças climáticas afetam incêndios florestais e inundações esteja bem estabelecido, ainda há muito a se descobrir sobre sua influência em tempestades severas.

Em um cenário de aumento contínuo dos riscos climáticos e de expansão urbana, as seguradoras precisam se adaptar a essas novas realidades. O relatório da Verisk alerta que o aumento das perdas relacionadas a desastres naturais deve pressionar o setor a ajustar suas estratégias de gestão de risco e considerar novos modelos de precificação para lidar com os desafios emergentes impostos pelas mudanças climáticas.

Acompanhe tudo sobre:Desastres naturaisSegurosPrejuízo

Mais de ESG

Kim Carstensen, do FSC: "Precisamos de uma visão comum para o futuro das florestas”

Morte de tartarugas no México alerta ambientalistas e pode afetar comércio com os EUA

Animais selvagens começam a ser sacrificados para alimentar população e reduzir pressão hídrica

Rock in Rio terá pista de dança que gera energia a partir do movimento do público

Mais na Exame