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COP29: tecnologias digitais entram no centro da ação climática global

Declaração "Ação digital verde" foi lançada em Baku e recebeu o apoio de mais de mil atores, destacando que inovações como a IA e big data podem ajudar na mitigação e adaptação

A declaração foi lançada no "Dia da Digitalização" da COP29 e recebeu o apoio de empresas, governos e organizações da sociedade civil (Leandro Fonseca/Exame)
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 19 de novembro de 2024 às 18h10.

Última atualização em 19 de novembro de 2024 às 18h10.

Se por um lado a inteligência artificial apresenta um desafio pelo seu alto consumo de energia em data centers,as tecnologias digitais também podem ser ferramentas-chavespara acelerar a ação climática e impulsionar a agenda de desenvolvimento sustentável.

Este foi um dos temas em alta nas discussões da Conferência do Clima da ONU (COP29), em Baku nos últimos dias, e levou ao lançamento de uma declaração batizada de "Ação Digital Verde".

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Com o apoio de mais de mil atores degovernos, empresas e organizações da sociedade civil, a declaração destaca que astecnologiasdesempenham um papel fundamental para o monitoramento climático, sistemas de alerta precoce eadaptação e mitigação climática.

"As inovações digitais podem reduzir as emissões de gases de efeito estufa e fornecer meios que salvam vidas para informar e alertar as comunidades", ressaltou o documento.

"Este momento marcante na COP29 deve nos impulsionar com a crença compartilhada de que podemos e devemos reduzir a pegada ambiental das tecnologias digitais, aproveitando seu potencial inegável para enfrentar a crise climática ",disse em nota asecretária-geral daUnião Internacional de Telecomunicações (UIT), Doreen Bogdan-Martin.

O impulso digital com impacto positivo deve continuar sendo desenvolvido até a COP30 em Belém, para que se consiga alcançar um futuro mais sustentável para as próximas gerações, acrescentou Doreen.

Segundo a UIT, inovações como a inteligência artificial e big data podem ser aliadas na otimização do consumo de energia do mundo digital. Ao aproveitar algoritmos de IA, por exemplo, os data centers poderiam melhorar a eficiência energética, simplificar as operações e reduzir a pegada de carbono.

Por outro lado, há desafios. O crescimento destas tecnologias vem acompanhado de um aumento de consumo de energia e água, além da geração de lixo eletrônico. A inteligência artificial precisa de servidores e data centers que funcionem 24 horas por dia e usam muita eletricidade. Se a fonte de energia for limpa, o impacto diminui, mas caso contrário, a pegada de carbono aumenta.

No caso do Brasil, sua matriz energética predominantemente renovável levaria a um uso mais sustentável da IA.

Veja imagens do Brasil na COP29, em Baku

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