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Comunicação para transformar a relação das pessoas com a natureza

Em tempos de adaptação às mudanças climáticas, não há transformação mais urgente do que aquela que desperta consciência ambiental

Só se protege o que se conhece e se preserva o que se ama. (Leandro Fonseca /Exame)

Só se protege o que se conhece e se preserva o que se ama. (Leandro Fonseca /Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 3 de agosto de 2025 às 14h00.

*Por Omar Rodrigues, da Fundação Grupo Boticário 

Uma das mais potentes vocações da comunicação é promover transformação. E, em tempos de adaptação às mudanças climáticas, não há transformação mais urgente do que aquela que desperta consciência ambiental.

Comunicar, nesse contexto, é muito mais do que informar: é criar vínculos, trazer sentido à complexidade, gerar identificação emocional e, acima de tudo, engajar para a ação.

Enquanto enfrentamos uma era marcada por eventos extremos – enchentes, secas prolongadas, ondas de calor –, a comunicação precisa assumir papel de liderança na mobilização coletiva. Isso exige articulação entre diferentes campos do conhecimento. Um desafio ainda mais evidente no ano em que o Brasil sediará a COP30 e a pauta ambiental ganha maior evidência.

Na Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, com mais de três décadas de atuação dedicada à conservação da biodiversidade brasileira, sabemos que campanhas efetivas de sensibilização só ganham potência quando ciência, criatividade e estratégia de mídia caminham juntas.

Por isso, nossas ações de comunicação são construídas a muitas mãos – com o suporte de especialistas, cientistas, influenciadores e parceiros que compartilham da mesma missão.

A partir dessa convergência nasceu, no Dia Mundial do Meio Ambiente, a campanha “ON pela Natureza”. Em uma iniciativa inédita, firmamos uma parceria para interromper por uma hora a programação do Canal OFF.

No lugar das imagens que tradicionalmente exaltam a vida e o esporte ao ar livre, o público se deparou com uma tela com chuvisco e a provocação: “O Canal OFF está off, para você perceber como a natureza pode fazer falta.”

A reação foi imediata. Comentários, compartilhamentos e uma onda de reflexão tomou conta das redes. E enquanto a televisão estava off, nós estávamos ON: em uma live de 24 horas, mostramos como a natureza pulsa na rotina de atletas, influenciadores, pesquisadores, apaixonados por ambientes naturais e de toda a sociedade.

Cada minuto da transmissão virou uma árvore plantada – 1.440 ao todo –; símbolo que reforça o impacto positivo da Fundação nesses anos dedicados ao meio ambiente.

Outro exemplo de como comunicar com leveza, criatividade e propósito é a nossa recente parceria com a Paramount. Recebemos uma visita especial: Bob Esponja e sua turma vieram ao Brasil! Juntos, produzimos uma série de episódios nas redes sociais em que os personagens enfrentam os impactos das mudanças climáticas nos recifes de corais.

A partir da irreverência e do carisma do universo animado tratamos de um tema tão sério quanto urgente, aproximando o público jovem e familiar das causas ambientais de maneira lúdica, mas baseada em ciência.

Todo esse trabalho se justifica porque ainda existe uma distância preocupante entre o que as pessoas sentem pela natureza e o que elas de fato fazem por ela.

Nosso recente estudoOceano sem Mistérios: A Relação dos Brasileiros com o Mar | Evolução de Cenários (2022-2025), feito em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o projeto Maré de Ciência, ouviu 2 mil brasileiros e revelou um dado emblemático: 87% das pessoas afirmam estar dispostas a mudar hábitos a favor do oceano. Porém, apenas 7% participaram de alguma ação concreta nos últimos 12 meses.

Essa lacuna entre intenção e prática precisa ser enfrentada com estratégia e verdade. A boa comunicação – aquela que emociona e também informa – pode ajudar a preenchê-la. Quando um dado confiável vira narrativa, quando uma imagem potente encontra o canal certo, quando a ciência ganha voz nas redes, temos a chance real de gerar transformação.

Cada vez mais acredito que conteúdos relevantes, legitimados e com informações consistentes são ainda mais essenciais atualmente. E quando disseminados, de forma direcionada ou massiva, têm o poder de mobilizar a sociedade, formadores de opinião e tomadores de decisão. Assim, juntos, podemos causar impactos assertivos e em escala, que são urgentes para o futuro que queremos.

Para isso, torna-se fundamental amplificar a mensagem de que cuidar da natureza não é uma escolha - é um imperativo.  E o ecossistema do Grupo Boticário também está conectado conosco nessas iniciativas. Temos clareza de que reputações fortes se constroem com propósito, consistência e ação coletiva.

A comunicação que queremos praticar – e inspirar – é aquela que descomplica sem banalizar. Que informa sem assustar. Que emociona sem manipular. E que engaja não pela culpa ou pelo medo, mas pelo encantamento. Porque, no fim, só se protege o que se conhece. Só se preserva o que se ama.

*Gerente Sênior de Engajamento, Comunicação e Relações Institucionais da Fundação Grupo Boticário.

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