Esfera Brasil

Um conteúdo Esfera Brasil

O que é o Programa Brasil Semicondutores e sua importância para a Indústria 4.0

Legislação prevê incentivo às compras públicas e a integração do setor às demais indústrias de transformação

 Padis terá seu período de vigência ampliado para 2073 (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Padis terá seu período de vigência ampliado para 2073 (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Esfera Brasil
Esfera Brasil

Plataforma de conteúdo

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 14h36.

Aprovado pelo Congresso Nacional, o projeto de lei (PL) que cria o Programa Brasil Semicondutores (Brasil Semicon), de iniciativa do governo federal, busca um novo impulso à indústria brasileira de semicondutores, com propósito de estimular a produção nacional, com foco na projeção brasileira no mercado internacional.

A legislação também prevê incentivo às compras públicas e a integração da indústria de tecnologias da informação e comunicação (TICs) e de semicondutores com as demais indústrias de transformação nacionais. Para isso, fica autorizada a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) na estruturação e no uso de instrumentos de apoio a empreendimentos novos ou já existentes a serem ampliados.

Será autorizado financiamento para investimentos em infraestrutura produtiva e automação de linhas de manufatura; aquisição de máquinas e equipamentos nacionais ou importados; licenciamento, desenvolvimento, customização, implantação e atualização de software para gerenciamento integrado dos processos de design ou manufatura; atividades de pesquisa e desenvolvimento e ampliação da capacidade produtiva ou atualização tecnológica; e despesas operacionais e administrativas.

Na avaliação do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi), Rogério Nunes, a implementação do Brasil Semicon vai viabilizar a realização de novos investimentos em tecnologia, com o crescimento de iniciativas voltadas à pesquisa e inovação no setor, que atua principalmente na preparação do wafer de silício. Atualmente, o segmento atende cerca de 8% da demanda nacional por semicondutores, cuja aplicação passa por notebooks, smartphones e até automóveis. As empresas do setor são responsáveis pela geração de 2,5 mil empregos diretos.

“No momento em que assistimos a um dos maiores ciclos de investimento no setor de alta tecnologia no mundo e a incertezas geopolíticas que afetam os centros produtores e de desenvolvimento de chips, essa medida resultará em oportunidades efetivas de investimento, geração de emprego e renda”, acrescentou Nunes por meio de comunicado divulgado pela entidade que representa.

Padis

Entre as novidades trazidas pelo PL aprovado na última semana está a inclusão das atividades de serviços como elegíveis para desoneração. A expectativa é que o mecanismo legal potencialize o ambiente de negócios da Indústria 4.0, que contempla a automação das linhas de produção e maior aplicabilidade de ferramentas de inteligência artificial nos processos fabris.

Pelo texto, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Semicondutores (Padis), outra iniciativa do governo na mesma área e que originalmente duraria até 2027, terá seu período de vigência ampliado para 2073, coincidindo com o período de concessão de benefícios à Zona Franca de Manaus. Criado em 2007, o Padis tem abrangência sobre a produção de componentes, dispositivos, displays, insumos e painéis fotovoltaicos, por exemplo.

Acompanhe tudo sobre:empresas-de-tecnologia

Mais de Esfera Brasil

Hidrogênio verde deve ser pensado para impulsionar industrialização, diz Jaques Wagner

Ministério da Saúde publica portaria para agilizar regulação de medicamentos

Papel das plataformas digitais exige adaptação dos debates sobre direitos

Mercado de carbono tem potencial para atrair até US$ 120 bi e gerar 8 milhões de empregos

Mais na Exame