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Lula diz a líderes mundiais que multilateralismo é resposta à crise global

Declaração final do G20 estabelece compromisso de buscar uma reforma no Conselho de Segurança, mas não toca no poder de veto

Líderes de 34 países participam da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro (Crédito/Divulgação) (Crédito/Divulgação)

Líderes de 34 países participam da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro (Crédito/Divulgação) (Crédito/Divulgação)

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Publicado em 19 de novembro de 2024 às 13h56.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na Cúpula do G20 realizada no Rio de Janeiro, que o mundo precisa construir uma nova ordem mundial a partir da busca por objetivos em comum entre as nações.

“A resposta para a crise do multilateralismo é mais multilateralismo. Não é preciso esperar uma nova guerra mundial ou um colapso econômico para promover as transformações de que a ordem internacional necessita”, destacou Lula em sessão em que expôs a necessidade de mudanças na governança global.

“Também é urgente rever regras e políticas financeiras que afetam desproporcionalmente os países em desenvolvimento. A cooperação tributária internacional é crucial para reduzir desigualdades”, sustentou.

O combate às desigualdades sociais tem sido uma das bandeiras do Brasil na presidência rotativa do G20. Na segunda-feira, 18, o lançamento oficial da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza reuniu assinaturas de 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais. Uma das metas é alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda em países de baixa renda até 2030.

Conselho de Segurança da ONU

Até o fim desta terça-feira, o Rio de Janeiro recebe representantes de 34 países, que debatem alternativas para questões globais, como o financiamento para uma transição energética justa, o combate à fome e à pobreza e também mecanismos para maior representatividade em organizações internacionais. Nesse âmbito, o Brasil e outros emergentes reivindicam uma participação mais efetiva no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que obedece um arranjo desenhado após a Segunda Guerra Mundial.

“A omissão do Conselho de Segurança tem sido ela própria uma ameaça à paz e à segurança internacional. O uso indiscriminado do veto torna o órgão refém dos cinco membros permanentes”, afirmou o presidente brasileiro.

Durante a fala destinada a líderes como o francês Emmanuel Macron, o estadunidense Joe Biden e o chinês Xi Jinping, o presidente reforçou a proposta brasileira de convocação de uma conferência de revisão da Carta da ONU, nos termos do artigo 109, considerando que apenas 51 dos atuais 193 membros das Nações Unidas participaram de sua fundação. Ainda que mudanças dessa magnitude possam levar muito tempo até serem concretizadas, a declaração final do G20 aprovada por unanimidade entre os líderes estabelece como compromisso do colegiado a busca por uma reforma no Conselho de Segurança, mas não toca no poder de veto.

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