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Entenda o que é a rotação de culturas na produção agrícola

Prática utilizada para melhorar condições do solo pode interferir no preço de alimentos por conta da entressafra de matérias-primas

Alimentos podem sofrer reajustes de preços de acordo com a abundância ou a falta de produtos no mercado; clima impacta na colheita (Lucas Ninno/Getty Images)

Alimentos podem sofrer reajustes de preços de acordo com a abundância ou a falta de produtos no mercado; clima impacta na colheita (Lucas Ninno/Getty Images)

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Publicado em 3 de abril de 2023 às 08h30.

A produção agrícola tem grande importância no cenário econômico nacional e internacional. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o faturamento da agricultura em 2022, somente no País, ficou em R$ 884,9 bilhões, elevação de 3% em relação ao ano anterior. O mercado depende das condições climáticas e da ordem de plantio dos alimentos, que é definido pela rotação de culturas, técnica muito utilizada por produtores para melhorar a qualidade do solo.

A rotação de culturas consiste em alternar, anualmente, espécies vegetais numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósitos comercial e de recuperação do solo.

De acordo com pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo, auxilia no controle de plantas daninhas, doenças e pragas, repõe a matéria orgânica, protege o solo da ação dos agentes climáticos e ajuda na viabilização do Sistema de Semeadura Direta e dos seus efeitos benéficos sobre a produção agropecuária e o ambiente como um todo.

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Economicamente, os alimentos podem sofrer reajustes de preço de acordo com a abundância ou a falta dos produtos nos períodos chamados de entressafra. Trata-se do intervalo entre a colheita de uma safra e o início de um novo plantio. A demora depende das condições de solo e de clima de cada região, assim como do tipo de alimento.

Rotação de culturas

Segundo a Embrapa, a crescente demanda mundial por alimentos impõe uma constante pressão sobre as áreas agrícolas e recursos naturais, o que direciona a agricultura para sistemas de produção que garantam o aumento da produtividade e redução dos impactos negativos.

Algumas práticas agrícolas são de extrema importância, como a adubação verde e a orgânica e a sucessão de culturas.

Antigamente muito praticada, a monocultura tende a provocar a degradação física, química e biológica do solo, a redução de nutrientes e o acúmulo de substâncias tóxicas que inibem o crescimento.

Nas regiões do Cerrado, por exemplo, há predomínio da monocultura da soja. No entanto, segundo a Embrapa, é preciso introduzir outras espécies, como as gramíneas, o milho e até a pastagem, para equilibrar o ecossistema.

“O uso da rotação de culturas conduz à diversificação das atividades na propriedade, possibilitando estabelecer esquemas que envolvam apenas culturas anuais, tais como: soja, milho, arroz, sorgo, algodão, feijão e girassol ou de culturas anuais e pastagem. Em ambos os casos, o planejamento da propriedade a médio e longo prazos faz-se necessário para que a implementação seja exequível e economicamente viável”, explica a Embrapa.

No Sul do Brasil, devido às condições climáticas favoráveis, há mais opções de rotação de culturas, tanto as de verão quanto as de inverno. Já no Centro-Oeste do País, onde praticamente não chove entre maio e agosto, não há como incentivar os cultivos de inverno. A exceção são as áreas com microclima adequado ou agricultura irrigada.

De acordo com a Embrapa, a rotação milho-soja, por exemplo, se mostrou vantajosa ao aumentar o rendimento de ambas as culturas.

Soja registra queda no preço

Com alta produção no País, o preço da soja no mercado nacional está em queda. O valor do saco, que chegou a R$ 200 em março de 2022, está em cerca de R$ 140 no mesmo mês deste ano. O Brasil conseguiu suprir a demanda da Argentina, ainda que o país vizinho tenha registrado quebra da safra de soja por conta da seca.

A soja é o grão mais produzido em solo brasileiro. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção deve somar 145 milhões de toneladas este ano, alta de 21,3% em relação ao volume produzido em 2022.

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