Economia

Taxa de investimento só deve crescer a partir de 2006

Juros altos, câmbio desfavorável e crise política devem estabilizar a Formação Bruta de Capital Fixo em torno de 19% até dezembro

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h59.

A taxa de investimento na economia foi a melhor dos últimos quatro anos para um primeiro trimestre. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que indica a soma de investimentos, alcançou 19,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, contra 20,58% no mesmo período de 2001. Em valores absolutos, a FBCF totalizou 87,466 bilhões de reais nos primeiros três meses do ano e o PIB, 438,614 bilhões.

Apesar do bom desempenho, não há tanto o que comemorar. Desde o terceiro trimestre de 2004, a FBCF vem caindo em valores absolutos e percentuais. Além disso, diante dos juros altos, do câmbio desfavorável e da crise política, os analistas afirmam que a taxa de investimento só voltará a crescer em 2006.

De acordo com Alex Agostini, economista da consultoria GRC Visão, a taxa de investimento deve recuar para perto de 19,5%, no segundo trimestre, mantendo-se neste patamar até o final do ano. "Essa porcentagem dos investimentos sobre o PIB não deixa de ser um demérito, porque o excesso de temor do Banco Central em relação à inflação está inibindo a economia", diz Agostini (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre a desaceleração da economia).

No terceiro trimestre do ano passado, a FBCF totalizou 95,463 bilhões de reais o equivalente a 20,88% do PIB do período, 457,050 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde então, o volume absoluto de investimentos vem declinando: 92,977 bilhões no quarto trimestre, e 87,466 bilhões nos três primeiros meses deste ano. Para a economista-chefe do Banco Espírito Santo, Sandra Utsumi, apesar de declinante, o volume de investimento ainda se mantém em um nível razoável. "A situação econômica é relativamente estável", diz.

Outros números

No final de maio, o IBGE há havia anunciado um aumento de apenas 0,3% para PIB do primeiro trimestre. Dos 438,6 bilhões de reais divulgados nesta quinta-feira (30/6), a agropecuária contribuiu com 35,9 bilhões; a indústria, com 151,7 bilhões; e os serviços, com 223,4 bilhões.

Pelo lado da demanda, o consumo das famílias totalizou 252,5 bilhões de reais, à frente do consumo do governo (75,9 bilhões), da FBCF, e da balança de bens e serviços (75,6 bilhões). A variação de estoques, no mesmo período, foi de 4,5 bilhões.

A capacidade de financiamento do país atingiu 7,2 bilhões de reais representando um aumento de 2,1 bilhões em relação a igual período do ano passado. Já a renda nacional bruta somou 424,9 bilhões, contra 382,7 bilhões na mesma comparação. A poupança do país cresceu 7,1 bilhões e encerrou março em 98,8 bilhões.

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