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Reino Unido desbanca China como cisne negro da economia

A "Brexit" entrou de vez no radar e desbancou pouso forçado da China como o maior risco para a economia global, segundo o Société Générale

Mulher caminha durante chuvas em Londres: o temporal teve rajadas de vento de 160 km/h (Dylan Martinez/Reuters)

João Pedro Caleiro

Publicado em 2 de junho de 2015 às 16h00.

São Paulo - O medo de que o Reino Unido saia da União Europeia entrou definitivamente no radar de riscos para a economia global.

Um relatório do banco francês Société Générale divulgado ontem coloca a "Brexit" em primeiro lugar na galeria de "cisnes negros", eventos relativamente improváveis mas que teriam alto impacto.

Em setembro de 2013, os emergentes lideravam o risco; no final do ano passado, era a crise europeia. Em março, o maior risco apontado foi de uma desaceleração brusca da China.

Atualmente, o ranking de riscos é liderado por um calote da Grécia (40%) no curto prazo e uma saída do Reino Unido da UE no médio prazo (2017, quando deve ocorrer o referendo prometido pelo primeiro-ministro David Cameron, recentemente reeleito).

Uma pesquisa da Grant Thornton realizada em fevereiro com 1.173 líderes de negócios da União Europeia mostrou que 45% estão preocupados com uma saída da Grécia da zona do euro, contra 64% que se preocupam com o Reino Unido deixando a UE.

Riscos

A lista de riscos do SG continua com 30% de chance de um "pouso forçado" da China (queda do crescimento abaixo dos 5%).

Em fevereiro, o banco já alertava que o dia de acerto de contas estava chegando e que o país teria que desatar os nós que ligam governos locais, empresas estatais e montanhas de crédito e dívida.

O último relatório de riscos para a economia global do banco alemão Deutsche Bank também coloca Europa e China como os dois maiores focos de perigo.

Na visão do SG, com 25% está a chance de que os consumidores americanos poupem mais do que o esperado, o que seguraria a demanda doméstica e mundial.

Com 10% de possibilidade, o contrário: dados positivos demais que levem o banco central americano a apertar as condições monetárias muito rápido, levando a correções exageradas dos preços de ativos.

Economistas como Robert Shiller e Nouriel Roubini estão alertando que o mercado parece caro demais, movido ao mesmo tempo pela expansão monetária e pela falta de liquidez, o que o torna volátil demais diante de pequenos eventos.

Os riscos geopolíticos também continuam reais, mas saíram do mapa do SG devido ao abrandamento das tensões na Ucrânia. O banco também cita riscos positivos: mutiplicadores ainda maiores de forças benignas (como a queda do preço do petróleo) e reformas estruturais mais rápidas do que o esperado em economias que precisam delas (como a europeia).

UK X UE

A possibilidade de que o Reino Unido saia da União Europeia virou uma possibilidade bem concreta com a reeleição surpreendente do primeiro-ministro britânico David Cameron.

Sob pressão dos "eurocéticos", ele promete um referendo sobre o assunto para 2017, e o público está dividido.

Na semana passada, Cameron fez um giro diplomático para exigir reformas do bloco e recebeu manifestações de abertura da líder alemã Angela Merkel.

A economia britânica é bastante dependente do comércio internacional e da atração de investimento. Sair da UE dispararia negociações não só com o resto do continente mas também com mais de 50 países que tem acordos com o bloco, além de novas tarifas e barreiras. Isso certamente aumentaria a incerteza e os custos no curto prazo, especialmente para setores como o financeiro.

De acordo com um estudo recente do think tank Open Europe, no melhor cenário, o país consegue não apenas manter o livre comércio com a Europa mas também se abre ainda mais para o resto do mundo. Nesse caso, o PIB seria 1,6% maior em 2030.

O pior cenário é de nenhum acordo com a UE e mais fechamento, o que faria o PIB cair 2,2% até 2030. É isso que tem parecido mais provável, diante da ofensiva de David Cameron contra a imigração (vista pela maior parte dos economistas como positiva no balanço ).

São Paulo - " Talento , não capital, será o fator chave ligando inovação , competitividade e crescimento no século XXI", diz Klaus Schwab. Ele é fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, que lançou recentemente um relatório sobre a qualidade do capital humano em 124 economias. O Brasil caiu 21 posições e ficou em 78º lugar. Foram usados como referência 46 indicadores em 2 eixos: aprendizado (participação e qualidade da educação formal e do treinamento no local de trabalho) e emprego (coisas como nível de desemprego e subemprego, participação feminina e composição da força de trabalho). O relatório também separa a qualidade do capital humano em 5 faixas de idade: abaixo dos 15 anos, entre os 15 e os 24 anos, entre os 25 e os 54 anos, entre os 55 e os 64 anos e acima dos 65 anos. A baixa incidência de trabalho infantil é um critério importante, mas obviamente, o que se mede nas crianças é a educação e a qualidade de sua preparação para o futuro (uma das principais fraquezas do Brasil). Veja a seguir quais são as 20 economias com melhor capital humano e a nota delas em 4 itens. A comparação de "melhor" e "pior" grupo etário é na referência internacional: não significa que os velhos vivam efetivamente melhor do que os jovens ou vice-versa, já que os critérios para cada grupo são diferentes. A taxa de desemprego é de outubro de 2014 e a nota para atrair e reter talentos vai de 1 a 7 e tem por base uma pesquisa com executivos do país.
  • 2. 1. Finlândia

    2 /21(Arquivo/Getty Images)

  • Veja também

    Desemprego8,2%
    Grupo em melhor situaçãoAbaixo dos 15 anos e 25 aos 54 anos
    Grupo em pior situaçãoAcima dos 65 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 3,67
    Capacidade de reter talentosNota 5,58
  • 3. 2. Noruega

    3 /21(Lars Magne Hovtun/Norwegian Armed Forces/Divulgação via Reuters)

  • Desemprego3,5%
    Grupo em melhor situaçãoAcima dos 65 anos
    Grupo em pior situação15 aos 24 e 55 aos 64 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 4,84
    Capacidade de reter talentosNota 5,58
  • 4. 3. Suíça

    4 /21(Gianluca Colla/Bloomberg/Getty Images)

    Desemprego4,4%
    Grupo em melhor situação25 aos 54 anos
    Grupo em pior situaçãoAbaixo dos 15 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 6,07
    Capacidade de reter talentosNota 5,78
  • 5. 4. Canadá

    5 /21(Norm Betts/Bloomberg)

    Desemprego7,1%
    Grupo em melhor situação15 aos 24 anos
    Grupo em pior situaçãoAbaixo dos 15 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 5,24
    Capacidade de reter talentosNota 4,80
  • 6. 5. Japão

    6 /21(REUTERS/Thomas Peter)

    Desemprego4,0%
    Grupo em melhor situaçãoAcima dos 65 anos
    Grupo em pior situação15 aos 24 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 3,31
    Capacidade de reter talentosNota 4,41
  • 7. 7. Dinamarca

    7 /21(JAY DIRECTO/AFP/Getty Images)

    Desemprego7,0%
    Grupo em melhor situaçãoAcima dos 65 anos
    Grupo em pior situaçãoAbaixo dos 15 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 3,76
    Capacidade de reter talentosNota 3,95
  • 8. 8. Holanda

    8 /21(Divulgação)

    Desemprego6,7%
    Grupo em melhor situação15 aos 24 anos
    Grupo em pior situaçãoAcima dos 65 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 4,83
    Capacidade de reter talentosNota 4,85
  • 9. 9. Nova Zelândia

    9 /21( https://classic.exame.com/meio-ambiente-e-energia/noticias/aeroportos-jf-kennedy-e-newark-reabertos-apos-sandy-passar )

    Desemprego6,2%
    Grupo em melhor situação55 aos 64 anos
    Grupo em pior situação25 aos 54 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 4,64
    Capacidade de reter talentosNota 3,69
  • 10. 10. Bélgica

    10 /21(REUTERS/Francois Lenoir)

    Desemprego8,4%
    Grupo em melhor situaçãoAbaixo dos 15 anos
    Grupo em pior situação55 aos 64 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 4,03
    Capacidade de reter talentosNota 4,50
  • 11. 11. Áustria

    11 /21(Wikimedia Commons)

    Desemprego4,9%
    Grupo em melhor situação15 aos 24 anos
    Grupo em pior situação55 aos 64 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 4,12
    Capacidade de reter talentosNota 4,36
  • 12. 12. Irlanda

    12 /21(Aidan Crawley/Bloomberg)

    Desemprego13,1%
    Grupo em melhor situaçãoAbaixo dos 15 anos
    Grupo em pior situação55 aos 64 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 5,12
    Capacidade de reter talentosNota 4,21
  • 13. 13. Austrália

    13 /21(Marco Simoni/Latinstock)

    Desemprego5,7%
    Grupo em melhor situação15 aos 24 anos
    Grupo em pior situaçãoAbaixo dos 15 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 4,79
    Capacidade de reter talentosNota 4,24
  • 14. 14. França

    14 /21(Chris Ratcliffe/Bloomberg)

    Desemprego10,4%
    Grupo em melhor situação25 aos 54 anos
    Grupo em pior situaçãoAcima dos 65 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 3,84
    Capacidade de reter talentosNota 3,61
  • 15. 15. Eslovênia

    15 /21(Srdjan Zivulovic/Reuters)

    Desemprego10,2%
    Grupo em melhor situaçãoAbaixo dos 15 anos
    Grupo em pior situação55 aos 64 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 2,51
    Capacidade de reter talentosNota 2,88
  • 16. 16. Estônia

    16 /21(Steve Jurvetson/Flickr/Creative Commons)

    Desemprego8,6%
    Grupo em melhor situaçãoAbaixo dos 15 anos
    Grupo em pior situação25 aos 54 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 3,06
    Capacidade de reter talentosNota 3,02
  • 17. 17. Estados Unidos

    17 /21(.)

    Desemprego7,4%
    Grupo em melhor situação15 aos 24 anos
    Grupo em pior situaçãoAbaixo dos 15 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 5,78
    Capacidade de reter talentosNota 5,73
  • 18. 18. Lituânia

    18 /21(Wikimedia Commons)

    Desemprego11,8%
    Grupo em melhor situação55 aos 64 anos
    Grupo em pior situação15 aos 24 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 2,31
    Capacidade de reter talentosNota 2,66
  • 19. 19. Reino Unido

    19 /21(Phil Noble/Reuters)

    Desemprego7,5%
    Grupo em melhor situação25 a 54 anos
    Grupo em pior situaçãoAcima dos 65 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 5,87
    Capacidade de reter talentosNota 5,03
  • 20. 78. Brasil

    20 /21(Wilson Dias/Agência Brasil)

    Desemprego6,5%
    Grupo em melhor situação15 aos 24 e 25 aos 54 anos
    Grupo em pior situaçãoAbaixo dos 15 anos
    Capacidade de atrair talentosNota 3,58
    Capacidade de reter talentosNota 3,87
  • 21 /21(Connie Zhou/Google)

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