Economia

Saída do Reino Unido da UE já preocupa mais do que Grécia

Líderes empresariais da União Europeia estão otimistas com recuperação econômica, mas temem alto desemprego e possível saída do Reino Unido


	Em Londres, o centro comercial no leste na cidade fica completamente coberto pela névoa matinal.
 (Reuters/Metropolitan Police)

Em Londres, o centro comercial no leste na cidade fica completamente coberto pela névoa matinal. (Reuters/Metropolitan Police)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 23 de maio de 2015 às 07h08.

São Paulo - Os últimos números mostram que a maré virou na economia europeia, e o clima está diferente também entre os empresários.

Uma pesquisa da Grant Thornton realizada em fevereiro com 1.173 líderes de negócios da União Europeia mostrou que eles estão mais otimistas (38%) com a situação econômica do continente do que a média global (33%).

É a primeira vez que isso acontece em 4 anos. O maior nível de otimismo é de 92% na Irlanda, não por acaso a economia que mais cresce no continente. Na Espanha, o otimismo cresceu 30 pontos e chegou a 52%. 

Os empresários da UE consideram que o alto desemprego é a maior ameaça para o bloco, com 25% dos votos, seguido por crescimento baixo (23%) e altos níveis de dívida (20%). 

45% estão preocupados com uma saída da Grécia da zona do euro ("Grexit"), contra 64% que se preocupam com o Reino Unido deixando a União Europeia ("Brexit").

Apenas 30% dos líderes britânicos do mundo dos negócios querem ver mais integração com o resto da Europa, muito abaixo da taxa de países como Espanha (82%), Alemanha (75%), França (62%) e Itália (58%).

UK X UE

A possibilidade de que o Reino Unido saia da União Europeia virou uma possibilidade bem concreta com a reeleição surpreendente do primeiro-ministro britânico David Cameron. Ele promete um referendo sobre o assunto para 2017, e o público está dividido.

A economia britânica é bastante dependente do comércio internacional e da atração de investimento. Sair da UE dispararia negociações não só com o resto do continente mas também com mais de 50 países que tem acordos com o bloco, além de novas tarifas e barreiras. Isso certamente aumentaria a incerteza e os custos no curto prazo, especialmente para setores como o financeiro. 

De acordo com um estudo recente do think tank Open Europe, no melhor cenário, o país consegue não apenas manter o livre comércio com a Europa mas também se abre ainda mais para o resto do mundo. Nesse caso, o PIB seria 1,6% maior em 2030.

O pior cenário é de nenhum acordo com a UE e mais fechamento, o que faria o PIB cair 2,2% até 2030. É isso que tem parecido mais provável, diante da ofensiva de David Cameron contra a imigração - geralmente pelos economistas como positiva no balanço.

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