Economia

Redução no ritmo de crescimento da inadimplência de empresas

Em janeiro deste ano, a inadimplência chegou a 26,7%, comparada ao primeiro mês de 2011. Em fevereiro, a elevação ficou em 18%, e em março foi de 18,8%


	Supermercado em Recife: no levantamento anterior, que considerou o primeiro semestre de 2012 ante os mesmos meses de 2011, a alta foi de 16,5%
 (Lia Lubambo/EXAME.com)

Supermercado em Recife: no levantamento anterior, que considerou o primeiro semestre de 2012 ante os mesmos meses de 2011, a alta foi de 16,5% (Lia Lubambo/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2012 às 13h37.

São Paulo - O número de empresas brasileiras que não conseguiram honrar seus compromissos financeiros subiu 8,5% em julho, ante igual mês de 2011, segundo dados da Serasa Experian divulgados hoje (22). Apesar do movimento de alta, os economistas da instituição consideram o dado positivo, uma vez que esta foi a menor elevação no comparativo com o mesmo mês do ano anterior, em todo o ano de 2012.

Em janeiro deste ano, a inadimplência chegou a 26,7%, comparada ao primeiro mês de 2011. Em fevereiro, a elevação ficou em 18%, e em março foi de 18,8%. A queda da inadimplência teve início, segundo a Serasa, no mês de maio, quando o crescimento registrou 13,2% ante o mesmo mês do ano anterior. Em junho, a elevação foi de 11,4% em relação ao mês equivalente do ano anterior.

“A análise que compara o mesmo mês dos dois anos é mais correta, pois cada mês sofre influência de eventos distintos. Considerando o mesmo mês, as influências são as mesmas. Datas como carnaval, Dia das Mães e outras impactam diretamente a inadimplência”, explicou à Agência Brasil o assessor econômico da Serasa Carlos Henrique Almeida.

Segundo Almeida, o movimento de baixa iniciado em maio foi impulsionado pelo menor endividamento dos consumidores. “No início do ano, houve um pico na inadimplência dos consumidores. Com os cortes de juros promovidos pelo governo, que tiveram início em agosto de 2011, muitos consumidores colocaram o pé no freio e renegociaram suas dívidas. Agora já estão voltando ao consumo, o que ajuda na saúde financeira das empresas”.


Em relação ao mês de junho deste ano, o crescimento da inadimplência das empresas em julho foi de 1,8%. Para Carlos Henrique, a alta pode ser considerada expressiva, já que em junho ante maio o indicador caiu 5,7%. O economista adverte, porém, que as sazonalidades de cada mês não permitem uma análise segura. “O mensal é muito mais oscilante. Olhar períodos mais longos permite uma visão melhor”.

Em julho ante junho, as dívidas não bancárias, que são aquelas adquiridas frente a operadoras de cartões de crédito, financeiras e prestadoras de serviços, tiveram alta de 1,9%. Os protestos subiram 6,4%. Já os débitos com bancos e cheques sem fundos apresentaram quedas de 1,8% e 0,1% respectivamente.

No acumulado do ano, considerando os meses de janeiro a julho, a inadimplência das empresas foi 15,5% maior do que em igual período do ano passado. No levantamento anterior, que considerou o primeiro semestre de 2012 ante os mesmos meses de 2011, a alta foi de 16,5%.

Nos sete primeiros meses do ano, o valor médio das dívidas não bancárias foi R$ 775,69, alta de 5,4% em relação ao mesmo acumulado de 2011. Os débitos com bancos apresentaram uma média de R$ 5.284,27, resultado que representa uma elevação de 4,4% ante o mesmo período do ano anterior. O valor médio dos títulos protestados foi de R$ 1.940,35, com elevação de 10,7%. Os cheques protestados foram de em média R$ 2.200,81, representando um aumento de 6,3% ante o acumulado de janeiro a julho de 2011.

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