Economia

Por que a dívida do Brasil está crescendo?

A dívida pública brasileira vai avançando, e o objetivo do tão falado ajuste fiscal é justamente reduzir a velocidade de acumulação dessa dívida


	Sem dinheiro: o governo brasileiro gasta bem mais do que arrecada
 (Pixland/Thinkstock)

Sem dinheiro: o governo brasileiro gasta bem mais do que arrecada (Pixland/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2015 às 17h05.

São Paulo - Suponha que você, em um determinado mês, gastou mais dinheiro do que ganhou. O que acontece?

Se você tem alguma poupança acumulada, precisará diminuí-la para cobrir o rombo. E se você não tem poupança? Aí você tem que pegar emprestado e, consequentemente, sua dívida vai aumentar.

Em linhas gerais, é isso o que está acontecendo com o governo brasileiro: ele gasta bem mais do que arrecada.

E essa diferença é coberta com emissão de dívida pública – no caso, títulos públicos, que são papeis que prometem determinado pagamento em seu vencimento, que virá no futuro.

Resultado? A dívida pública brasileira vai avançando.

O objetivo do tão falado ajuste fiscal é justamente reduzir a velocidade de acumulação dessa dívida. Mas, como ele não sai do papel, o endividamento do nosso governo vai, a cada dia, tomando mais corpo. Somente em agosto, saltou mais de 3%.

E aqui há um agravante: uma dívida mais alta está associada a um custo mais elevado para mantê-la, por causa dos juros pagos aos credores.

Ou seja, aumenta a tentação de não honrar esse pagamento no futuro por parte do governo.

Em outras palavras, uma dívida maior também é uma dívida mais arriscada – em outras palavras, do ponto de vista dos credores, cresce o temor de não receberem de volta o que foi combinado.

O que fazem os credores, nessas condições? Antecipam-se. Passam a exigir taxas de juros mais elevadas para continuar financiando o governo. A falta de perspectiva de um ajuste bem feito piora ainda mais essa situação.

Para entornar o caldo de vez, o Banco Central luta para baixar a inflação de quase dois dígitos.

E, para isso, faz uso de uma política monetária restritiva que… aumenta os juros. Tudo isso conspira para elevar ainda mais a dívida brasileira e o risco embutido nela.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalCrise econômicaDinheiroDívida públicaeconomia-brasileiraGoverno

Mais de Economia

Plano Real, 30 anos: Jorge Gerdau e o 'divisor de águas' no desenvolvimento do país

Após enchentes, atividade econômica no RS recua 9% em maio, estima Banco Central

Lula se reúne hoje com equipe econômica para discutir bloqueios no Orçamento deste ano

CCJ do Senado adia votação da PEC da autonomia financeira do BC

Mais na Exame