São Paulo – O Ministério da Fazenda confirmou nesta segunda-feira que o secretário-executivo Nelson Barbosa, segundo na pasta liderada por Guido Mantega, pediu exoneração do cargo “por razões pessoais”. A saída do secretário vinha sendo cogitada desde o final de semana. 

Segundo nota do ministério, Barbosa deixará o cargo em junho. Nelson Barbosa está no governo desde 2003 e trabalha ao lado de Guido Mantega desde a gestão do ministro no Planejamento. No ministério da Fazenda, ocupou as secretarias de Acompanhamento Econômico (2007/2008) e de Política Econômica (2008/2010), antes de assumir o posto de secretário-executivo em 2011.

O nome do próximo secretário-executivo ainda não foi definido e o atual secretário-executivo-adjunto, Dyogo de Oliveira, poderá assumir o cargo interinamente.

Em relatório, os analistas da consultoria Eurasia Group afirmaram hoje que, se confirmada, a saída de Barbosa deveria ser vista como um sinal negativo sobre a qualidade da gestão econômica.

Eles afirmam que Barbosa é, possivelmente, o nome mais moderado e capaz de conduzir uma agenda positiva de reformas. “A maior implicação que enxergamos num futuro próximo é uma estrada mais difícil para a aprovação de uma reforma fiscal”, dizem os analistas que ressaltam que uma potencial saída do secretário não acaba com chances de reformas, apenas dificulta.

A opinião contrasta com a análise de Rafael Cortês, cientista político da Tendências Consultoria Integrada. Para ele, se a saída de Barbosa for confirmada pelo ministério, em nada vai ser alterada a gestão da política macroeconômica, já que grande parte das ações de política econômica do governo sai do Palácio do Planalto e conta com a participação ativa e direta da presidente Dilma Rousseff.

Atualização: 17h10