Economia

Linhas de cruzeiros afirmam que segurança é prioridade

Setor de viagens em cruzeiros 'continua melhorando e aprendendo' para implementar os mais altos padrões de segurança, disse o diretor do Cruise Shipping Group

Desde 2000, o número de passageiros aumentou em 125%, ao passar de 7,2 milhões para 16,3 milhões de pessoas, segundo seus dados (Divulgação)

Desde 2000, o número de passageiros aumentou em 125%, ao passar de 7,2 milhões para 16,3 milhões de pessoas, segundo seus dados (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2012 às 23h53.

Miami- Representantes das grandes linhas de cruzeiros concordaram nesta terça-feira que a segurança é sua grande prioridade e, embora reconheçam que o 'trágico acidente' do Costa Concordia ter sido um golpe muito duro, acreditam que o futuro do setor é 'promissor'.

O naufrágio do Costa Concordia em águas italianas - no qual morreram pelo menos 25 pessoas - 'teve um impacto profundo em todos nós e queremos transmitir nossas condolências às famílias afetadas', disse Christine Duffy, presidente da Associação Internacional de Linhas de Cruzeiros (CLIA, na sigla em inglês).

Christine - cuja associação agrupa 30 linhas de cruzeiros - disse que a segurança dos clientes é a 'maior prioridade, absolutamente essencial, para nosso negócio. Não há nada mais importante'.

Com estas palavras, a presidente da CLIA se dirigiu ao público presente em um salão do Centro de Convenções de Miami Beach, onde será realizada até na próxima quinta-feira a 28ª edição da Cruise Shipping Miami, a maior feira de cruzeiros do mundo, com 120 países representados.

O diretor do Cruise Shipping Group, Daniel Read, também expressou suas condolências às vítimas do naufrágio e apontou que o setor de viagens em cruzeiros 'continua melhorando e aprendendo' para implementar os mais altos padrões de segurança.

Christine acrescentou que o setor 'trabalha lado a lado com organizações marítimas internacionais, a guarda litorânea americana, legisladores e agências de viagens' para abordar as 'reformas globais' necessárias para 'reagir a esta tragédia'.


Um exemplo do compromisso do setor para que não se repitam fatos como este, disse a presidente da CLIA, é a reunião de especialistas que aconteceu em Londres no início do ano e o compromisso firmado de realizar uma 'revisão integral das medidas de segurança'.

Uma grande parte das conversas girou em torno do caso do Costa Concordia, um naufrágio que levou 'a indústria inteira' a trabalhar com os 'legisladores e reguladores' de todo o mundo para 'aprender' e extrair 'todas as lições possíveis'.

No entanto, após esta espécie de 'mea culpa' da indústria, Christine defendeu que o setor é 'um dos mais seguros' no mundo do lazer.

Nesse sentido, indicou que entre 2000 e 2011 morreram 28 pessoas, das quais 22 eram membros de tripulação e as outras seis da limpeza, em um período em que viajaram cerca de 223 milhões de pessoas.

Além disso, referiu-se ao 'magnífico futuro' que o negócio tem pela frente, graças 'ao crescimento, à globalização e à inovação'.

De fato, desde 2000, o número de passageiros aumentou em 125%, ao passar de 7,2 milhões para 16,3 milhões de pessoas, segundo seus dados.

O convencimento desse 'futuro promissor' se traduz na contínua construção de novos navios de cruzeiros: só em 2011 foram construídas 13 embarcações, em 2012 serão 14 navios, com 18 mil camas adicionais, e para 2015 'teremos 25 novos', por isso 'passaremos a 231 navios', detalhou.


Trata-se de um 'forte crescimento que nos deixa orgulhosos', uma realidade que se sustenta, entre outros fatores, nos 'investimento de US$ 10 bilhões' que serão feitos até 2015.

O vice-presidente e diretor de operações da Carnival Corporation, Howard Frank, se mostrou muito preocupado durante as conferências em Miami, onde se encontra o maior porto de cruzeiros do mundo e onde sua companhia, líder mundial do setor, tem sede.

Frank reconheceu que o trágico naufrágio do Costa Concordia - propriedade de uma de suas filiais - afetou 'profundamente a Carnival e a indústria'.

'Não há nada mais triste para mim que estender meus mais sentidos pêsames às famílias dos falecidos em nome da Carnival', lamentou.

O diretor acrescentou que a prioridade da companhia é reconhecer 'que foi mal' nesse caso, em que os membros da tripulação foram os 'heróis', além dos 'moradores da ilha (Giglio) que abriram as portas de suas casas para os passageiros' que escaparam.

Da mesma forma que Christine Duffy, Frank assinalou que a 'segurança dos passageiros é a prioridade número um', e por isso farão uma 'revisão integral dos procedimentos' em caso de emergência. 

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