Exame Logo

Inflação anual dos EUA fecha fevereiro em 7,9%, a maior desde 1982

Inflação acumulada em 12 meses é a maior em quatro décadas, puxada pelas altas no preço do petróleo e inflação global

Supermercado na Pensilvânia: inflação recorde nos EUA, puxada por preços do petróleo, é dor de cabeça para governo Biden (Hannah Beier/Bloomberg/Getty Images)
CR

Carolina Riveira

Publicado em 10 de março de 2022 às 11h43.

Última atualização em 10 de março de 2022 às 12h02.

O principal índice de inflação dos Estados Unidos fechou fevereiro em 7,9% no acumulado anual, na comparação com o mesmo período do ano anterior. É a maior taxa registrada desde janeiro de 1982, quando o índice foi de 8,4%.

O dado foi divulgado nesta quinta-feira, 10, pelo Departamento de Trabalho americano.

Veja também

Tenha acesso agora a todos materiais gratuitos da EXAME para investimentos, educação e desenvolvimento pessoal.

Em janeiro deste ano, a inflação já havia atingido seu maior patamar também desde 1982, em 7%, agora superada pelo índice de fevereiro.

O recorde segue puxado pelo aumento do preço do petróleo no mercado internacional, que já vinha em alta desde o ano passado com a recuperação econômica após o auge da pandemia. As altas têm impactado os custos de combustíveis e energia em todo o mundo, incluindo nos EUA.

Agora, com a guerra na Ucrânia iniciada em 24 de fevereiro, os aumentos devem continuar. O preço do petróleo no mercado internacional chegou a seu maior patamar desde 2008 com a guerra, superando US$ 130 em alguns momentos.

Em 12 meses, a alta acumulada no preço da gasolina nos EUA é de 38%, da energia, de quase 26%, de eletricidade, 9% e de comida, 8%.

O líder de inflação nos EUA são carros e caminhões usados, impactado pela falta de peças e gargalos na indústria global, resquícios da pandemia. Esse grupo subiu mais de 41% em 12 meses.

O Departamento de Trabalho reportou que a inflação para o consumidor se excluída a volatilidade em alimentos e energia ficou em 6,4%, também uma alta em relação aos 6% de janeiro.

Também nesta semana, o presidente Joe Biden anunciou a proibição de importação de petróleo russo nos EUA como sanção à guerra. No discurso sobre a medida, Biden reconheceu que haverá impacto no preço aos consumidores americanos.

"A decisão de hoje não é sem custo aqui dentro de casa", disse, citando os impactos ao consumidor americano e afirmando que "a guerra de Putin já está machucando as famílias americanas".

Segundo Biden, desde o começo da guerra o preço da gasolina já havia subido mais de 70 centavos na bomba nos EUA. O preço hoje supera US$ 4 o galão, batendo recordes. "E com essa medida, vai subir ainda mais", reconheceu.

A inflação é um dos principais fatores que afeta a popularidade do governo Biden, que vive momento de baixa meses antes das eleições legislativas de meio de mandato (as chamadas midterms). O Partido Democrata pode perder o controle do Congresso no pleito.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Governo BidenInflação

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame