Economia

Haddad afirma que eventual vitória de Javier Milei nas eleições argentinas preocupa o governo

As declerações do ministro da Fazenda foram feitas em entrevista à Reuters. Candidato tem dito que vai reduzir as relações com o Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a eventual eleição de Milei preocupa o governo (Leandro Fonseca/Exame)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a eventual eleição de Milei preocupa o governo (Leandro Fonseca/Exame)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 19 de outubro de 2023 às 12h07.

Última atualização em 21 de outubro de 2023 às 10h39.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, em entrevista à Reuters, que a vitória de Javier Milei nas eleições argentinas preocupa o governo brasileiro.  O país realiza o primeiro turno das eleições presidenciais neste domingo, 22.

"É natural que eu esteja (preocupado). Uma pessoa que tem como uma bandeira romper com o Brasil, uma relação construída ao longo de séculos, preocupa. É natural isso. Preocuparia qualquer um... Porque em geral nas relações internacionais você não ideologiza a relação", disse Haddad.

Milei tem dito durante a campanha que pretende limitar o comércio com o Brasil, fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tem sinalizado que pretende deixar o Mercosul, caso ele seja eleito.

"Não se transpõe para as relações internacionais as questões internas. Mesmo quando você tem preferências, manifestas ou não", disse Haddad, lembrando que Lula mantém relações amigáveis com chefes de Estado de todo espectro político. "É um vizinho do Brasil, principal parceiro na América do Sul. Então preocupa quando um candidato diz que vai romper com o Brasil. Você fez o quê para merecer esse tipo de tratamento?", disse Haddad.

Meses difíceis na Argentina

Como mostrou a EXAME, a Argentina deverá ter meses difíceis à frente, qualquer que seja o resultado das eleições presidenciais, porque o país precisa fazer um ajuste fiscal forte para conter a inflação, avalia Federico Servideo, diretor da Câmara de Comércio Brasil-Argentina.

Em conversa com a EXAME, ele afirmou considerar a ideia de dolarizar a economia como uma “ilusão”, pois faltam dólares no país, e espera que 2024 possa trazer boas notícias, como a retomada da produção agrícola.

Eleição na Argentina

yt thumbnail

Como funciona a eleição argetina?

Acompanhe tudo sobre:Fernando HaddadMinistério da FazendaArgentina

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor