Economia

Fed oferece poucos sinais sobre redução de estímulos

Ata mostrou que quase todos os 12 integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto concordaram que uma mudança no estímulo ainda não é apropriado


	Federal Reserve: investidores estão esperando ansiosamente para ver quando o Fed começará a reduzir as compras mensais de US$ 85 bilhões em ativos
 (Jonathan Ernst/Reuters)

Federal Reserve: investidores estão esperando ansiosamente para ver quando o Fed começará a reduzir as compras mensais de US$ 85 bilhões em ativos (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 17h34.

Apenas alguns membros do Federal Reserve acreditavam no mês passado que em breve será o momento para reduzir "um pouco" seu ritmo de estímulo monetário, mas outros recomendaram paciência, de acordo com a ata da reunião do banco central norte-americano, que deu poucos sinais sobre quando o Fed pode começar a reduzir as compras de títulos.

A ata da reunião de 30 e 31 de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada nesta quarta-feira, mostrou que quase todos os 12 integrantes do Fomc concordaram que uma mudança no estímulo ainda não é apropriada.

Investidores estão esperando ansiosamente para ver quando o Fed começará a reduzir as compras mensais de 85 bilhões de dólares em ativos, com a maior parte do mercado prevendo que o início do fim do programa de "quantitative easing", conhecido como "QE3", virá em setembro.

A ata ofereceu poucos sinais sobre quando que isso ocorrerá e não fez referências explícitas à reunião do próximo mês, mas também fez pouco para dissuadir aqueles que esperam uma mudança em setembro.

"Alguns membros enfatizaram a importância de ser paciente e avaliar informações adicionais sobre a economia antes de decidir sobre quaisquer mudanças 'no ritmo de aquisição de ativos", informou a ata.

"Ao mesmo tempo, alguns outros indicaram o plano de contingência que havia sido articulado em nome do Fomc no mês anterior e sugeriram que pode ser, em breve, a hora de diminuir um pouco o ritmo de compras, como delineado naquele plano".

Após a reunião de junho, o chairman do Fed, Ben Bernanke, disse em coletiva que o banco central norte-americano espera começar a reduzir suas aquisições de títulos mais tarde neste ano, mirando encerrá-las até meados de 2014.


As ações dos EUA recuaram para as mínimas na sessão após a divulgação da ata, enquanto os yields (rendimentos) dos títulos públicos de longo prazo avançaram. O dólar ampliou os ganhos ante o iene e o euro.

O Fed, que adotou medidas sem precedentes para promover a lenta recuperação dos EUA, quer ver crescimento econômico sustentado e melhora no mercado de trabalho antes de reduzir as compras de títulos.

De acordo com a ata, as autoridades ressaltaram que a taxa de desemprego dos EUA --que atingiu 7,4 por cento no mês passado-- caiu "consideravelmente" desde que a última rodada de compra de títulos foi lançada em setembro. Contudo, há sinais de melhora "mais modesta"do mercado de trabalho, como o grande número de norte-americanos que desistiram de procurar emprego.

O Fed praticamente zerou as taxas de juros overnight em 2008 e mais do que triplicou seu balanço patrimonial, para cerca de 3,6 trilhões de dólares, por meio de uma série de aquisições de títulos.

As autoridades monetárias dos EUA têm prometido manter os juros quase zerados até que a taxa de desemprego caia para 6,5 por cento, contanto que a inflação permaneça sob controle.

A ata mostrou que vários integrantes do Fed estavam dispostos a considerar reduzir esse patamar caso determinem que uma postura ainda mais expansionista seja necessária. Ainda assim, alguns temem que uma alteração pode fazer com que esse objetivo seja visto como uma meta móvel, o que pode minar sua efetividade.

No fim, o Fed não fez nenhuma mudança formal de política na reunião do mês passado, afirmando em comunicado em 31 de julho que a economia dos EUA continua a precisar de auxílio.

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