Economia

Desemprego urbano aumenta na América Latina, segundo Cepal e OIT

A deterioração dos indicadores trabalhistas se baseiam na contração econômica que afeta a região desde o ano passado

Desemprego: a previsão é que o desemprego urbano regional continue a subir e termine 2016 em 8,6% (.)

Desemprego: a previsão é que o desemprego urbano regional continue a subir e termine 2016 em 8,6% (.)

E

EFE

Publicado em 19 de outubro de 2016 às 21h56.

Santiago - O desemprego urbano cresceu na América Latina e no Caribe e pode chegar à média de 8,6% em 2016, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira em Santiago pela Comissão Econômica da América Latina e do Caribe (Cepal) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A deterioração dos indicadores trabalhistas se baseiam na contração econômica que afeta a região desde o ano passado, segundo o Relatório de Conjuntura Laboral elaborado por ambas as instituições.

No primeiro semestre de 2016, os mercados de trabalho da América Latina e do Caribe continuaram a sofrer os efeitos dessa contração e registraram um significativo aumento do desemprego e uma deterioração geral de seus indicadores, detalha o texto.

Após lembrar que, segundo as projeções mais recentes, o PIB regional cairá 0,9% neste ano, o estudo afirma que esta situação acarretou uma diminuição de 0,6% na taxa de ocupação urbana, para 55,6% no primeiro semestre, o se traduziu em um aumento anual de 1,6% no desemprego.

Não está prevista uma melhora significativa para o segundo semestre de 2016, segundo o relatório, embora a expansão de empregos informais deva atenuar esse impacto em termos quantitativos, mas refletiria uma deterioração na qualidade do emprego.

O documento assinala que a previsão é que o desemprego urbano regional continue a subir e termine 2016 em 8,6%, mais que os 7,0% de 2014 e os 7,4% de 2015.

Segundo o texto, "apesar do desempenho negativo ser influenciado fortemente pelo caso do Brasil e seu peso, todos os outros países da América do Sul com informação disponível, exceto o Peru, também sofrem incrementos em sua taxa de desemprego".

"Nos países das América Central e do Caribe, exceto Panamá e Trinidad e Tobago, a taxa de desemprego caiu", informaram Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal, e José Manuel Salazar, diretor regional da OIT para a América Latina e o Caribe, no prólogo do documento.

Os dirigentes afirmam que esta heterogeneidade entre as subregiões também se observa nos indicadores sobre a qualidade do emprego, a variação anualizada do emprego e do salário real no emprego formal.

O relatório aborda também a participação dos países da região nas cadeias globais de fornecimento e seu impacto no emprego decente.

De acordo com o estudo, a inserção da região é mais reduzida que a de outras áreas do mundo e os encadeamentos relativamente pobres mostrados pelas economias latino-americanas e caribenhas refletem um baixo grau de diversificação produtiva.

Também são analisados no texto alguns exemplos de países que conseguiram uma melhora na inserção econômica em cadeias mundiais de fornecimento, o que pode se traduzir em uma melhora social através de uma maior criação de emprego, com salários mais altos e mais formalidade.

No entanto, o relatório constata que este não é um vínculo automático, já que os resultados em termos de trabalho decente também dependem de outras políticas econômicas, trabalhistas e educativas que acompanhem o processo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCaribeCepalDesempregoOIT

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor