Economia

Copa e compras antecipadas abatem indústria de SP

São Paulo - A atividade da indústria paulista caiu em junho pelo segundo mês seguido, pela pausa em dias de jogo do Brasil na Copa do Mundo e uma redução da produção após os consumidores terem antecipado compras no primeiro trimestre para aproveitar incentivos fiscais. A expectativa, no entanto, é de que o setor volte […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - A atividade da indústria paulista caiu em junho pelo segundo mês seguido, pela pausa em dias de jogo do Brasil na Copa do Mundo e uma redução da produção após os consumidores terem antecipado compras no primeiro trimestre para aproveitar incentivos fiscais.

A expectativa, no entanto, é de que o setor volte a mostrar crescimento em agosto.

O Indicador de Nível de Atividade (INA) divulgado nesta quarta-feira pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) caiu 0,6 por cento em junho sobre maio, quando havia declinado 0,2 por cento, de acordo com dado revisado para baixo ante a leitura preliminar de alta de 0,8 por cento. Os números têm ajuste sazonal.

"Estamos em uma fase de perda temporária de velocidade e vamos readquirir velocidade à frente... Não achamos que a vaca foi para o brejo, ela só foi tomar uma água", afirmou Paulo Francini, diretor econômico da Fiesp.

"Em junho tivemos três dias úteis afetados por jogos do Brasil na Copa do Mundo... e ainda tem efeito de antecipação de compras. Há uma ressaca de cerca de três meses após esses meses de antecipação de compras" para aproveitar impostos reduzidos em setores como o automotivo.

Francini calcula que, sem o efeito da Copa, o INA estaria menos negativo, perto de zero. O diretor estima que as taxas mensais da indústria voltem a ficar positivas no segundo semestre, mais provavelmente em agosto.

"Julho não tem efeito Copa e o efeito da parada após a antecipação das compras deve ir diminuindo. A partir de agosto, deve se recuperar a tendência de crescimento."


Tendência

Outra pesquisa da Fiesp, o Sensor, que visa medir o humor do empresário no mês corrente e antecipar a tendência da atividade, mostra que julho ainda não está muito forte.

O indicador caiu para 52,5 este mês, menor leitura desde dezembro, frente a 55,1 antes. Apesar da queda, o número segue acima da linha de 50 que divide contração de expansão.

Os motivos para a retomada do crescimento são, segundo Francini, o emprego, que segue forte e estimula a renda, os reajustes salariais previstos para o segundo semestre em várias categorias com amplo poder de negociação e os gastos do governo.

Francini prevê para 2010 um crescimento da atividade industrial entre 11 e 12 por cento, após queda de 8 por cento em 2009 motivada pela crise mundial.

No primeiro semestre, o setor teve expansão de 14,3 por cento, a maior para o período da série histórica iniciada em 2003.

A Fiesp informou ainda que o nível de utilização da capacidade instalada da indústria paulista foi de 81,8 por cento em junho, ante 82,5 por cento em maio e 79,3 por cento em igual período do ano passado.

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