Natal de 2025 pode ser o melhor fim de ano para o setor desde 2014 (Freepik)
Publicado em 21 de dezembro de 2025 às 11h38.
Última atualização em 21 de dezembro de 2025 às 11h42.
A menos de uma semana do Natal, o comércio brasileiro vive um cenário otimista. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), este pode ser o melhor fim de ano para o setor desde 2014, com vendas próximas de R$ 73 bilhões, alta de 2% em relação a 2024.
Levantamento da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro aponta que os itens mais procurados são: vestuário, calçados e acessórios, brinquedos e lembrancinhas, artigos de perfumaria e eletrônicos.
Com o 13º salário já na conta, lojistas relatam aumento do fluxo nos centros comerciais, sobretudo nos últimos dias antes do Natal.
No Rio de Janeiro, seis em cada dez moradores dizem que vão presentear alguém neste Natal, número ligeiramente maior que em 2024. Apesar disso, o orçamento médio deve cair R$ 312 em 2024 e R$ 293 em 2025.
Na Rua 25 de Março, maior centro de comércio popular do país, lojistas projetam crescimento de até 8% nas vendas. A principal aposta são produtos com personagens infantis, a "febre" do momento.
Quaest: brasileiros têm receio que discussões políticas atrapalhem o NatalO varejo chega ao Natal com crescimento, puxado por alimentos e roupas, calçados e acessórios. Em média, as vendas sobem 25% de novembro para dezembro, percentual que pode alcançar 80% no segmento de vestuário e acessórios.
Apesar do avanço sazonal, o cenário econômico impõe limites. Em 2025, houve desaceleração do volume de vendas e da massa real de rendimentos.
Ainda assim, o mercado de trabalho segue relativamente aquecido, com desemprego de 5,6% no trimestre encerrado em setembro e alta de 5,5% da massa real de rendimentos na comparação anual.
O principal freio ao consumo é o encarecimento do crédito. Dados do Banco Central indicam que a taxa média de juros do crédito livre para pessoas físicas chegou a 58,3% ao ano, o maior nível para o período desde 2017, o que aumenta o risco de inadimplência e reduz compras de maior valor.
Segundo a CNC, 30,5% dos consumidores têm contas em atraso, e 13,2% dizem não conseguir pagar os compromissos financeiros — ambos em níveis recordes.
Há um alívio nos preços típicos do Natal. A cesta de itens mais consumidos, medida pelo IPCA-15, deve subir 2,5% em 12 meses até dezembro, abaixo dos 6,1% de 2024.
Maiores altas: joias e bijuterias, maquiagem e livros.