Economia

Apresentação de Campos Neto reforça que Selic deve ser reduzida para 4,5%

Apresentação do presidente do Banco Central reforça que novo corte deve ocorrer encontro do Copom nos dias 10 e 11 de dezembro

Campos Neto: presidente do BC confirmou a redução da taxa — que atualmente está na mínima recorde 5% ano — em um encontro com personalidades do mercado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Campos Neto: presidente do BC confirmou a redução da taxa — que atualmente está na mínima recorde 5% ano — em um encontro com personalidades do mercado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 15h11.

Última atualização em 2 de dezembro de 2019 às 15h48.

São Paulo — Mesmo que a alta recente do dólar tenha feito contratos futuros do mercado preverem uma Selic um pouco mais alta no fim de 2020, uma apresentação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforça que a taxa deverá ser reduzida em mais 0,50 ponto percentual após o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), em 10 e 11 de dezembro.

Campos Neto indicou a redução da taxa — que atualmente está na mínima recorde 5% ano — em um encontro com personalidades do mercado financeiro na manhã desta segunda-feira (02) no Bank of America Merril Lynch, em São Paulo.

A redução já é esperada pelo mercado, apesar da possível pressão do dólar sobre a inflação. No Boletim Focus desta segunda-feira, as instituições financeiras preveem a Selic em 4,5% no fim de 2019.

Em sua apresentação desta segunda, divulgada no site do Banco Central, o presidente do BC afirma que "a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude ao realizado na reunião de outubro."

Também nesta segunda-feira, o presidente da República Jair Bolsonaro disse que a taxa de juros deverá cair para o patamar de 4,5%, mas sem interferência política.

Pressão do dólar

Na última semana, quando o dólar bateu recordes sobre recordes, a curva de juros de contrato futuros de depósitos interfinanceiros (conhecida como curva DI) previa juros de 5,3% no último trimestre de 2020, segundo a Reuters. O motivo seria a alta da moeda, que pode pressionar a inflação.

Apesar de parte do mercado ter enxergado uma Selic mais alta no fim de 2020 com a curva de juros do contrato subindo, a média das previsões para a taxa no fim de 2020, divulgadas no Boletim Focus de hoje, se mantém em 4,5%.

Para 2021 e 2022, as instituições estimam que a Selic termine o período em 6% ao ano e 6,5% ao ano, respectivamente.

Na apresentação, que pode ser conferida no site do Banco Central, Campos Neto também mostrou dados sobre a ampliação do crédito no país com a redução da Selic. Além disso, falou sobre o que está por trás do crescimento lento da economia brasileira e das políticas que o Banco Central tem implementado para mudar a estrutura do sistema financeiro.

(Com Reuters)

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