Economia

Bancos podem estar subestimando inadimplência, diz Moody's

Empréstimos reestruturados são buscados por tomadores em dificuldades financeiras e que já têm operações em atraso


	Moody's: empréstimos reestruturados são buscados por tomadores em dificuldades financeiras e que já têm operações em atraso
 (Reprodução)

Moody's: empréstimos reestruturados são buscados por tomadores em dificuldades financeiras e que já têm operações em atraso (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2016 às 14h36.

São Paulo - O crescente volume de reestruturação de empréstimos dos bancos brasileiros pode estar subestimando a inadimplência, enquanto a cobertura com provisões pode estar superdimensionada, afirmou a agência de classificação de risco Moody's nesta segunda-feira.

Segundo a agência, o volume de reestruturação de crédito no país subiu 37% em 2015 sobre um ano antes, impulsionado por calotes e pelo que chamou de pré-inadimplência em diferentes classes de empréstimos, levando os principais bancos a mudarem cada vez mais os termos e condições dos contratos de empréstimo.

Empréstimos reestruturados são buscados por tomadores em dificuldades financeiras e que já têm operações em atraso.

A Moody's diz temer que os bancos brasileiros tenham usado a reestruturação para evitar reconhecer o aumento da inadimplência.

"O aumento das reestruturações pode mascarar o crescimento da inadimplência e também aponta para um declínio da cobertura com provisões", afirmou o analista Farooq Khan.

A agência calcula que o aumento das reestruturação de empréstimos provocaria uma alta de 180 pontos-base no índice de calotes acima de 90 dias em dezembro e um declínio de 60 pontos-base na cobertura com provisões. Segundo o Banco Central, o índice era de 5,3% no fim do ano passado.

De acordo com a Moody's, embora cinco dos maiores bancos do país tenham provisionado o equivalente a 51% de seus empréstimos renegociados, eles não divulgam seus níveis de renegociação de empréstimos.

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