Unesp pesquisa uso de bactérias contra o Aedes
O estudo está identificando bactérias e genes com propriedades antidengue, ou seja, que tenham habilidade de impedir a replicação do vírus no Aedes
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2016 às 11h18.
Sorocaba - Pesquisadores do Instituto de Biotecnologia da Universidade Estadual Paulista ( Unesp ), em Botucatu, interior de São Paulo , isolaram bactérias que podem funcionar como agentes antidengue.
Eles também desenvolveram em laboratório linhagens transgênicas do Aedes aegypti, com características diferentes do mosquito criado pela inglesa Oxitec.
Desde o fim do ano passado, os estudos estão sendo expandidos para o vírus zika .
A pesquisa, desenvolvida em parceria com grupos das universidades inglesas de Keele e Imperial College London e apoio da Fapesp, busca formas de neutralizar o vírus dessas doenças no organismo do mosquito transmissor.
De acordo com o pesquisador Jayme Souza-Neto, coordenador do laboratório de vetores da universidade, o estudo investiga o vírus quando chega ao intestino do mosquito, após o inseto se alimentar com o sangue infectado.
"Quando o vírus consegue sair do intestino e chegar à glândulas salivares, o mosquito se torna transmissor da doença. Nosso interesse é desvendar a interação entre as defesas imunológicas do inseto e os micróbios que o colonizam e criar barreiras para impedir essa travessia", explicou.
O estudo está identificando bactérias e genes com propriedades antidengue, ou seja, que tenham habilidade de impedir a replicação do vírus no Aedes.
Os testes para o bloqueio do vírus já foram iniciados no mosquito e in vitro.
"Estamos iniciando a geração de linhagens de Aedes aegypti geneticamente modificadas, em que alguns genes não funcionam. A ideia é gerar linhagens que se tornem resistentes ao vírus. Mais recentemente expandimos esses mesmos estudos para o vírus zika."
De acordo com o pesquisador, o uso de bactérias contra o Aedes pode ser feito diretamente no ambiente.
"Se encontramos bactérias do próprio mosquito com propriedades antidengue, podemos produzi-las em larga escala e borrifá-las na natureza. Os mosquitos que tiverem contato com essa bactéria podem se tornar resistentes ao vírus, o que reduziria a transmissão."
Também estão sendo isolados produtos bacterianos que neutralizam o vírus para suprir a lacuna de medicamentos para dengue.
"Esses produtos são candidatos potenciais ao desenvolvimento de um tratamento específico para a dengue."
Segundo ele, os mesmos princípios podem ser usados para controlar outras arboviroses, como a zika.
No Brasil, foi inaugurada em 2014, pela empresa britânica Oxitec, a primeira fábrica de Aedes transgênicos.
Nesse caso, porém, a modificação genética não altera a capacidade do inseto de se defender da doença, mas faz com que sua prole seja inviável.
De acordo com Souza-Neto, as estratégias são complementares, assim como as outras medidas para o controle do vetor, entre elas a eliminação dos criadouros.
"É importante que a população não interprete as inovações científicas como a solução de todos os problemas, até porque as pesquisas exigem tempo. As estratégias devem trabalhar de maneira integrada."
Sorocaba - Pesquisadores do Instituto de Biotecnologia da Universidade Estadual Paulista ( Unesp ), em Botucatu, interior de São Paulo , isolaram bactérias que podem funcionar como agentes antidengue.
Eles também desenvolveram em laboratório linhagens transgênicas do Aedes aegypti, com características diferentes do mosquito criado pela inglesa Oxitec.
Desde o fim do ano passado, os estudos estão sendo expandidos para o vírus zika .
A pesquisa, desenvolvida em parceria com grupos das universidades inglesas de Keele e Imperial College London e apoio da Fapesp, busca formas de neutralizar o vírus dessas doenças no organismo do mosquito transmissor.
De acordo com o pesquisador Jayme Souza-Neto, coordenador do laboratório de vetores da universidade, o estudo investiga o vírus quando chega ao intestino do mosquito, após o inseto se alimentar com o sangue infectado.
"Quando o vírus consegue sair do intestino e chegar à glândulas salivares, o mosquito se torna transmissor da doença. Nosso interesse é desvendar a interação entre as defesas imunológicas do inseto e os micróbios que o colonizam e criar barreiras para impedir essa travessia", explicou.
O estudo está identificando bactérias e genes com propriedades antidengue, ou seja, que tenham habilidade de impedir a replicação do vírus no Aedes.
Os testes para o bloqueio do vírus já foram iniciados no mosquito e in vitro.
"Estamos iniciando a geração de linhagens de Aedes aegypti geneticamente modificadas, em que alguns genes não funcionam. A ideia é gerar linhagens que se tornem resistentes ao vírus. Mais recentemente expandimos esses mesmos estudos para o vírus zika."
De acordo com o pesquisador, o uso de bactérias contra o Aedes pode ser feito diretamente no ambiente.
"Se encontramos bactérias do próprio mosquito com propriedades antidengue, podemos produzi-las em larga escala e borrifá-las na natureza. Os mosquitos que tiverem contato com essa bactéria podem se tornar resistentes ao vírus, o que reduziria a transmissão."
Também estão sendo isolados produtos bacterianos que neutralizam o vírus para suprir a lacuna de medicamentos para dengue.
"Esses produtos são candidatos potenciais ao desenvolvimento de um tratamento específico para a dengue."
Segundo ele, os mesmos princípios podem ser usados para controlar outras arboviroses, como a zika.
No Brasil, foi inaugurada em 2014, pela empresa britânica Oxitec, a primeira fábrica de Aedes transgênicos.
Nesse caso, porém, a modificação genética não altera a capacidade do inseto de se defender da doença, mas faz com que sua prole seja inviável.
De acordo com Souza-Neto, as estratégias são complementares, assim como as outras medidas para o controle do vetor, entre elas a eliminação dos criadouros.
"É importante que a população não interprete as inovações científicas como a solução de todos os problemas, até porque as pesquisas exigem tempo. As estratégias devem trabalhar de maneira integrada."