Repórter
Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 14h50.
Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de Ancara, na Turquia, indica que gatos podem vocalizar mais intensamente ao interagir com cuidadores do sexo masculino.
A pesquisa analisou 31 felinos domésticos e suas reações durante reencontros com seus tutores, revelando uma possível seletividade comunicativa por parte dos animais. O estudo foi publicado em novembro na revista científica Ethology,
O trabalho utilizou registros em vídeo feitos por câmeras fixadas no peito dos tutores, capturando os primeiros 100 segundos após a chegada em casa. A análise identificou 22 comportamentos distintos, como miados, ronronados, bocejos e esfregões, interpretados como formas específicas de interação dos gatos com os humanos.
Um dos principais achados foi a diferença de vocalização entre os gêneros dos tutores. Segundo os dados coletados, os gatos emitiram uma média de 4,3 miados ao reencontrar homens, enquanto vocalizaram 1,8 vezes diante de mulheres. A hipótese dos cientistas é que os felinos intensificam os sinais vocais com homens por perceberem menor frequência de interações verbais por parte desse grupo.
Segundo os autores, “essa diferença pode levar os gatos a usar sinais vocais de maneira mais ativa para provocar respostas dos cuidadores homens”.
Além dos miados, outras formas de saudação também foram documentadas. Ações como esfregar-se no tutor são interpretadas como aproximação amigável, enquanto comportamentos como arrepios ou arranhões podem indicar reações defensivas. Esses sinais compõem a linguagem corporal dos felinos, caracterizada por sua complexidade e contexto social.
Apesar dos resultados, os pesquisadores alertam que o estudo tem limitações. A amostragem restrita e a condução do experimento exclusivamente na Turquia indicam a necessidade de novas investigações para determinar se os padrões observados se aplicam a gatos de outras culturas e ambientes.