Poluição do ar pode ter efeito em doença arterial, diz estudo
Aterosclerose coronariana pode ter ligação direta com a poluição do ar
Maria Eduarda Cury
Publicado em 13 de julho de 2019 às 09h17.
São Paulo - A China precisa rever os níveis de dióxido de nitrogênio que são permitidos existirem no ar. É o que indicam os resultados de uma nova pesquisa da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos , a poluição do ar no país possui efeitos consideráveis sobre aaterosclerose coronariana, doença cardiovascular que altera funções arteriais e reduz o fluxo sanguíneo no corpo humano.
O estudo foi realizado com 8.867 adultos chineses que tem entre 25 e 92 anos. Embora estudos parecidos tenham sido feitos nos Estados Unidos e na Europa , esse é o primeiro a investigar a conexão direta entre a poluição do ar e o cálcio na artéria coronária na China. Recentemente, o país passou a se preocupar em reduzir os altos níveis de poluição existentes em algumas regiões, como no Norte.
Meng Wang, um dos nomes envolvidos na pesquisa, é professor-assistente de saúde ambiental na Escola de Saúde Pública da Universidade e diz que o estudo fornece dados importantes para compreender os efeitos dos poluentes globalmente. "Este estudo pode fornecer evidências de que a aterosclerose coronariana é uma via patológica pela qual a exposição à poluição do ar aumenta o risco de morte por doença cardíaca coronária. A aterosclerose é um processo ao longo da vida. Como tal, os efeitos da exposição à poluição do ar na aterosclerose são provavelmente crônicos", disse , em nota, Wang.
Ao estabelecer uma relação entre a poluição e a condição de saúde, é possível fornecer uma chance para que as instituições controlem a exposição das pessoas diante da poluição antes que ela se torne mais prejudicial à saúde.
O estudo centrou-se nos níveis de dióxido de nitrogênio e PM2.5, que são partículas finas que podem ser facilmente inaladas. A pesquisa também analisou a proximidade do tráfego e usou o dióxido de nitrogênio como um indicador mais preciso das emissões veiculares. O resultado mostra que o risco de um maior escore de cálcio na artéria coronária aumentou em 24,5% para cada 20 microgramas por metro cúbico de aumento de ar no dióxido de nitrogênio.
Em 2015, mais de 95% da população chinesa estava exposta a concentrações de PM2.5 e dióxido de nitrogênio acima do nível mínimo do estudo, de acordo com Wang. "Como mais de 40% de todas as mortes são atribuíveis a doenças cardiovasculares, a contribuição potencial de poluentes do ar para doenças cardiovasculares na China é muito grande", disse o professor.