Ciência

Oxford estuda se é possível combinar doses de diferentes vacinas contra covid-19

O estudo contará com 820 voluntários com mais de 50 anos e analisará a combinação das vacinas da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneca/Oxford

Vacinas contra covid-19: "Se descobrirmos que essas vacinas podem ser usadas indistintamente, isso aumentará muito a flexibilidade de sua distribuição" (Steve Parsons/Reuters)

Vacinas contra covid-19: "Se descobrirmos que essas vacinas podem ser usadas indistintamente, isso aumentará muito a flexibilidade de sua distribuição" (Steve Parsons/Reuters)

AM

André Martins

Publicado em 4 de fevereiro de 2021 às 06h42.

A Universidade de Oxford anunciou nesta quinta-feira (noite de quarta-feira, 3, no Brasil) o lançamento de um estudo para determinar se a combinação de duas doses de vacinas diferentes contra a covid-19 no mesmo paciente é eficaz em proteger contra a doença.

"Se descobrirmos que essas vacinas podem ser usadas indistintamente, isso aumentará muito a flexibilidade de sua distribuição", disse o professor Matthew Snape, pesquisador de Oxford responsável pelo ensaio, em um comunicado.

O estudo, apresentado como o primeiro do mundo, envolverá 820 voluntários com mais de 50 anos e analisará a combinação das duas vacinas atualmente utilizadas no Reino Unido, a da Pfizer/BioNTech e a da AstraZeneca/Oxford.

Também avaliará a eficácia da proteção com base no espaçamento entre as duas injeções, testando um intervalo de quatro semanas, próximo ao inicialmente recomendado, e o intervalo de 12 semanas escolhido pelas autoridades britânicas para alcançar mais pessoas. Os dados iniciais sobre as respostas imunológicas devem ser gerados em junho.

A vacina da AstraZeneca também está sendo testada em combinação com a vacina russa Sputnik V, e o chefe de pesquisa da farmacêutica britânica disse que mais estudos sobre a combinação de vacinas devem ser feitos.

País mais atingido na Europa pela pandemia, com mais de 109 mil mortes, o Reino Unido concentrou todos os seus esforços na vacinação para combater uma nova onda de infecções, atribuída a uma cepa mais transmissível que obrigou o país a adotar seu terceiro confinamento no início de janeiro.

O subdiretor médico da Inglaterra, Jonathan Van-Tam, enfatizou o valor de "ter dados que possam apoiar um programa de vacinação mais flexível", especialmente devido às "limitações da oferta".

“É até possível que, ao combinar as vacinas, a resposta imunológica seja melhor, com níveis mais elevados de anticorpos que duram mais”, afirmou.

O Reino Unido, o primeiro país ocidental a iniciar sua campanha de imunização, já vacinou mais de 10 milhões de seus 66 milhões de habitantes, e pretende chegar a 15 milhões em meados de fevereiro, incluindo todos os maiores de 70 anos, profissionais de saúde e doentes mais frágeis.

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