Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS (Fabrice Coffrini/Pool/Reuters)
Laura Pancini
Publicado em 26 de novembro de 2021 às 15h27.
Última atualização em 26 de novembro de 2021 às 15h41.
Em reunião de urgência convocada nesta sexta-feira, 26, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a nova variante do coronavírus B.1.1.259 identificada na África do Sul terá o nome de Omicron, seguindo a nomenclatura grega da organização.
A Omicron ainda foi classificada como variante de preocupação (VOC), o que a junta com cepas como a Delta e a brasileira Gama, por exemplo. Isso não quer dizer que ela já foi confirmada como muito transmissível -- as VOCs apresentam mutações que podem implicar aumento na transmissão ou impactos na eficácia das vacinas. Porém, com somente 100 casos confirmados, é uma possibilidade e não uma garantia.
O diferencial da B.1.1.529 é que 30 de suas 50 mutações ficam na proteína spike, parte do coronavírus essencial para a entrada do vírus nas células do corpo.
De acordo com Tulio de Oliveira, brasileiro e diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação, na África do Sul, a nova variante é diferente dos outros tipos porque carrega uma "constelação incomum de mutações".
"Nos surpreendeu, a variante deu um grande salto na evolução [e traz] muitas mais mutações do que esperávamos", disse ele em coletiva.
Até agora, foram confirmados 77 casos na Província de Gauteng e 4 em Botsuana, o último em pessoas totalmente vacinadas. Dois casos, um assintomático, foram identificados em Hong Kong depois que uma delas voltou de uma viagem da África do Sul. Ao todo, são 100 até sexta-feira, 26.
Vale ressaltar que novas cepas estão sempre aparecendo, já que é natural do vírus querer se multiplicar para sobreviver, e nem todas são motivo de alarde. Só na plataforma GISAID, por exemplo, mais de 1 milhão de genomas do coronavírus já foram registrados (para comparação, o vírus do HIV tem 50 milhões de cepas diferentes pelo mundo).
Entenda a diferença entre variantes de preocupação (VOCs) e de interesse (VOIs) e a nomenclatura grega da OMS, feita para evitar o estigma contra países.
Além da nova Omicron, existem quatro cepas designadas como variantes de preocupação, porque apresentam evidências de serem mais transmissíveis ou resistentes à resposta imunológica. Elas levam em consideração sua ordem de detecção:
As VOIs são aquelas cepas que não podem ser consideradas VOCs, mas foram registradas e estão sob observação. Alguns nomes que já foram designados pela OMS: