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"Óleo de coco é veneno puro", diz pesquisadora de Harvard

A epidemiologista Karin Michel, da Universidade Harvard, diz que o óleo de coco é "uma das piores coisas que alguém pode comer"

Óleo de coco: "mais perigoso que banha", diz Karin Michel (Belchonock/Thinkstock)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de agosto de 2018 às 18h44.

Última atualização em 27 de agosto de 2018 às 08h55.

A epidemiologista Karin Michel, da Universidade de Harvard , fez um vídeo em alemão alcançar mais de 970 mil visualizações no YouTube após comparar óleo de coco , um dos queridinhos dos nutricionistas nos últimos anos, a "puro veneno".

Em palestra intitulada "Óleo de Coco e outros Erros Nutricionais", na Universidade de Freiburg, onde ela dirige o Instituto para Prevenção e Epidemiologia de Tumores, Karin diz que o produto "é uma das piores coisas que alguém pode comer".

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Segundo ela, o óleo de coco é mais perigoso que banha por conter quase exclusivamente ácidos graxos saturados, que aumentam os níveis de colesterol (o ruim e o bom) e poderiam entupir as artérias coronárias.

Ela ecoa as diretrizes da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), atualizadas no ano passada, que também recomendam que as pessoas evitem gordura saturada, como a encontrada no óleo de coco.

A apresentação em alemão foi traduzida para o inglês pelo site Business Insider e foi citada pelo The New York Times. O jornal americano lembrou, porém, que, apesar de muitos especialistas serem céticos a respeito da alta popularidade do óleo de coco, propagandeado como comida saudável ou superalimento, eles não chegam a ser tão dramáticos quanto a pesquisadora.

Outros cientistas mencionados pelo periódico apontam que ainda não existem dados científicos que mostrem que seu consumo traga benefícios, enquanto, por outro lado, ainda existem recomendações do governo americano para que se reduz o consumo de gordura saturada a fim de evitar problemas cardíacos.

Esse, no entanto, é um assunto que vem sendo palco de controvérsia nos últimos anos, com várias outras pesquisas criticando as evidências que apontem para esse risco.

Diante do sucesso do vídeo da pesquisadora alemã, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) também divulgaram um posicionamento sobre o assunto:

"Considerando que não há qualquer evidência nem mecanismo fisiológico de que o óleo de coco leve à perda de peso. Considerando que o uso do óleo de coco pode ser deletério para os pacientes devido à sua elevada concentração de ácidos graxos saturados, a Sbem e a Abeso posicionam-se frontalmente contra a utilização terapêutica do óleo de coco com a finalidade de emagrecimento, considerando tal conduta não ter evidências científicas de eficácia e apresentar potenciais riscos para a saúde."

As entidades dizem que também não recomendam o uso regular de óleo de coco como óleo de cozinha, devido ao seu alto teor de gorduras saturadas e próinflamatórias. "O uso de óleos vegetais com maior teor de gorduras insaturadas (como soja, oliva, canola e linhaça) com moderação, é preferível para redução de risco cardiovascular."

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