Nasa escolhe empresas para programa lunar de US$ 2,6 bi
A agência espacial prevê presença humana intermitente na Lua dentro de uma década
Lucas Agrela
Publicado em 30 de novembro de 2018 às 15h45.
Na tentativa de levar os americanos de volta à Lua por meio da iniciativa privada, a Nasa está separando um orçamento de até US$ 2,6 bilhões para a próxima década destinado ao transporte de cargas úteis por empresas comerciais. Na quinta-feira, a agência anunciou a seleção de nove empresas americanas que poderão apresentar as ofertas iniciais.
A Nasa afirma que seus planos para a Lua são viáveis porque a agência será cliente de múltiplas capacidades que as empresas comerciais desejarão explorar: a capacidade de transportar cargas úteis de diversos tamanhos para a Lua e de realizar pesquisas de microgravidade lá. O administrador da Nasa, Jim Bridenstine, revelou os contratos de serviços comerciais de carga útil lunar como parte da iniciativa do governo Trump para incentivar um investimento comercial maior na exploração espacial.
“Queremos estar entre os muitos clientes de um mercado robusto entre a Terra e a Lua e queremos vários fornecedores competindo em termos de custo e inovação para que nós, da Nasa, possamos fazer mais do que jamais conseguimos fazer”, disse Bridenstine.
A questão em aberto, é claro, é quanta demanda comercial haverá pelo acesso à Lua. Até hoje, apenas estados-nações montaram os programas extremamente caros necessários para orbitar ou pousar lá. (A China alunizou sua primeira missão em 2013.)
A Nasa busca o caminho duplo de construir uma plataforma orbital lunar e devolver os astronautas à Lua em meados da década de 2020, tudo isso com o objetivo futuro de enviar humanos a Marte. A diferença entre esta missão lunar e o programa anterior da Nasa, o Apollo, no entanto, seria estabelecer uma presença permanente de pesquisa no espaço profundo. O programa Apollo terminou em dezembro de 1972.
A agência espacial prevê presença humana intermitente na Lua dentro de uma década, que se unirá aos aterrissadores e rovers que trabalharão lá, disse Bridenstine, citando o plano para uma “arquitetura aberta” que permitiria um ecossistema sustentado entre a Terra, a Lua e um portal de entrada lunar planejado para orbitar a Lua.
Não está claro de onde virá o financiamento para essa visão da nova era espacial dos EUA. O orçamento anual atual da Nasa, de US$ 20 bilhões, pode ser insuficiente para respaldar o trabalho necessário para missões humanas para a Lua e para Marte.
Entre as nove escolhas da Nasa, a maioria delas pequenas startups, há uma enorme prestadora de serviços de defesa, a Lockheed Martin. Elas estão entre as primeiras empresas qualificadas para apresentar ofertas para contratos com a Nasa com o objetivo de oferecer serviços de lançamento e pouso, integração de carga útil e outros instrumentos para pesquisa lunar. As primeiras missões poderão ir ao espaço no ano que vem, segundo a Nasa.
Lista completa de empresas selecionadas:
Astrobotic Technology: Pittsburgh· Deep Space Systems: Littleton, Colorado· Draper: Cambridge, Massachusetts· Firefly Aerospace: Cedar Park, Texas· Intuitive Machines: Houston· Lockheed Martin Space: Littleton, Colorado· Masten Space Systems: Mojave, Califórnia· Moon Express: Cabo Canaveral, Flórida· Orbit Beyond: Edison, Nova Jersey