Ciência

Nasa desenvolve tecnologia para encontrar asteroides que ameaçam a Terra

Nova tecnologia, com infravermelho, facilita detecção de asteroides que estão próximos à Terra

Sem tecnologia infravermelha, encontrar asteroides é como "procurar por um carvão na escuridão do céu" (NASA/AFP)

Sem tecnologia infravermelha, encontrar asteroides é como "procurar por um carvão na escuridão do céu" (NASA/AFP)

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EFE

Publicado em 16 de abril de 2019 às 16h43.

Última atualização em 16 de abril de 2019 às 16h44.

Washington — Um grupo de cientistas da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, projetou uma estratégia para defender a Terra de possíveis impactos de asteroides em sua superfície, segundo um estudo apresentado nesta terça-feira na reunião da American Physical Society.

"Se encontrarmos um objeto celeste a apenas alguns dias do impacto, isto limitaria enormemente as nossas opções. Por isso estamos concentrados em encontrar objetos próximos da Terra quando eles estão mais distantes, o que nos dá máxima quantidade de tempo e abre uma maior gama de possibilidades de mitigação", disse Amy Mainzer, da Nasa.

No entanto, a pesquisadora principal da missão de caça de asteroides da Nasa no laboratório de Pasadena (Califórnia) destacou que se trata de uma tarefa "difícil", e a comparou com encontrar um pedaço de carvão no céu durante a noite.

"Os objetos próximos da Terra (NEO, na sigla em inglês) são intrinsecamente frágeis porque, na sua maioria, são realmente pequenos e estão muito longe de nós no espaço", argumentou Mainzer.

Além disso, alguns desses corpos celestes "são tão escuros como o toner da impressora", segundo a especialista, que acrescentou que "tentar detectá-los contra a escuridão do espaço é muito difícil".

Ao invés de utilizar a luz visível para perceber esses objetos, a equipe de Mainzer aproveitou uma caraterística particular dos NEO: seu calor.

Os asteroides e os cometas são aquecidos pelo sol e, portanto, brilham intensamente nas longitudes de onda térmica, o que faz com que sejam mais fáceis de serem detectados com o telescópio de exploração por infravermelho de campo amplo de objetos próximos à Terra (NEOWISE).

"Com a missão NEOWISE podemos detectar objetos independentemente da cor de sua superfície e usá-los para medir seus tamanhos e outras propriedades", disse Mainzer.

A descoberta das propriedades da superfície dos NEO faz com que Mainzer e seus colegas tenham uma ideia do tamanho dos objetos e do que eles são feitos, dois detalhes críticos na montagem de uma estratégia defensiva contra um NEO que ameaça a Terra.

Como exemplo, uma estratégia defensiva seria "empurrar" fisicamente um NEO para longe de uma trajetória de impacto na Terra. No entanto, para calcular a energia requerida para realizar esse "empurrão", os detalhes sobre a massa do NEO e, portanto, seu tamanho e sua composição, são necessários.

Os pesquisadores propuseram à Nasa a criação de um novo telescópio para fazer um trabalho "muito mais completo para localizar os asteroides e medir seus tamanhos" a fim de proteger o planeta Terra.

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