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Miniflorestas urbanas ajudam a combater as mudanças climáticas na Austrália

Wollongong, na Austrália, serve de exemplo para cidades como São Paulo, que deveriam ampliar suas áreas verdes

Mini floresta em jardim de Woolong, na Austrálias
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Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 12h55.

Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 13h03.

Em junho de 2023, a prefeitura de São Paulo aumentou a cobertura vegetal da cidade de 48,18% para 54,13%, uma medida importante para mitigar as ondas de calor extremo na cidade. Na Europa, a cobertura média é estimada em 14,9%, segundo o Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), na Espanha, que relacionou as mortes por calor no verão a essa baixa arborização nas cidades.

Para contornar os efeitos do aquecimento global, áreas verdes são fundamentais para diminuir a sensação térmica e manter a umidade. Em um dia em que os termômetros marcam 37 °C em São Paulo, a temperatura registrada embaixo das árvores costuma rondar os 17 °C.

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Além de ajudar a contornar as altas temperaturas, as chamadas miniflorestas melhoram a qualidade do ar, pois absorvem o gás carbônico. Também retêm material particulado nas folhas, minimizam o barulho e contribuem com a drenagem urbana.

Diversas cidades mundo afora têm apostado em miniflorestas para ajudar a combater as mudanças climáticas em curso. Em Wollongong, cidade de 300 mil habitantes no leste da Austrália, o conselho municipal está incentivando a população a plantar árvores em pequenos espaços.

Por conta própria, o órgão já tirou três miniflorestas do papel, que se espalham por terrenos com cerca de 10 metros de largura por 10 metros de profundidade. A primeira delas foi plantada em 2022, com ajuda dos estudantes de uma escola pública. A segunda, no Jardim Botânico do município, tem o formato de pulmões — simboliza o ar que se torna mais puro.

O projeto é inspirado no método de reflorestamento criado pelo botânico japonês Akira Miyawaki. "O método Miyawaki consiste em colocar florestas em áreas urbanas, o que é possível fazer com miniflorestas", disse Felicity Skoberne, curadora do Jardim Botânico de Wollongong, à “ABC News”.

Segundo a especialista, a minifloresta criada no Jardim Botânico da cidade levou apenas dez meses para atingir 3 metros de altura — as mudas foram plantadas com 30 centímetros. Optou-se por espécies locais encontradas ao longo da planície costeira e das colinas de Wollongong.

"As miniflorestas podem se adaptar a qualquer ambiente”, disse Skoberne na mesma entrevista. "Se as pessoas puderem replicá-las, nossa resistência como cidade às mudanças climáticas aumentará. À medida que as temperaturas crescem, precisaremos cada vez mais do efeito criado pelas miniflorestas e de árvores em geral. Adoraríamos ver as pessoas abraçando esse conceito, experimentando e tentando em seus próprios quintais."

Para quem tem espaço em casa para plantar uma árvore, a prefeitura de São Paulo oferece mudas gratuitamente. É preciso ligar para o número 156 e retirá-las no Viveiro Manequinho Lopes, dentro do Parque Ibirapuera.

Por meio do mesmo telefone, é possível solicitar à administração municipal o plantio de uma árvore na sua rua. A prefeitura só faz isso em calçadas com largura mínima de 1,20 m para garantir a livre circulação dos pedestres.

De janeiro a outubro de 2023, a atual gestão municipal plantou 86.907 árvores na cidade. No mesmo período de 2022, foram 101.120, ou 14% a mais.

No ano passado, os viveiros municipais de São Paulo produziram mais de 1 milhão de mudas, sendo 850 mil de espécies arbustivas e herbáceas, 150 mil arbóreas e 35 mil medicinais ou PANCs (Plantas Alimentícias não Convencionais). Só falta transformar tudo isso em miniflorestas.

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