Ciência

Médico que gerar bebê com DNA de 3 pais é alvo do governo dos EUA

A Food and Drugs Administration enviou uma carta ao médico alertando que ele deve parar de realizar o tratamento porque a técnica não é regularizada

Bebê: o médico utilizou o DNA do pai, da mãe e de uma doadora (studiojh/Thinkstock)

Bebê: o médico utilizou o DNA do pai, da mãe e de uma doadora (studiojh/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 7 de agosto de 2017 às 19h18.

Nova York - O médico que criou uma técnica para gerar embriões com o DNA de três pessoas e evitar certas doenças genéticas está sendo investigado pelo governo dos Estados Unidos.

A Food and Drugs Administration (FDA), órgão que regula medicamentos e alimentos no país, enviou uma carta ao médico John Zhang alertando que ele deve parar de realizar o tratamento porque a técnica não é regularizada no território americano.

Zhang e sua equipe de fertilidade New Hope ficaram famosos no ano passado após o nascimento do primeiro bebê do mundo com o DNA de três país, resultado de um controverso método de reprodução assistida que permite que progenitores com mutações genéticas raras possam ter filhos totalmente saudáveis.

No caso desse bebê, o médico utilizou o DNA do pai, da mãe e de uma doadora para evitar que a mãe transmitisse ao filho os genes da chamada Síndrome de Leigh, uma desordem mortal que afeta o sistema nervoso em desenvolvimento. Ela já tinha perdido dois filhos por causa da doença.

Como as autoridades americanas não aprovaram legalmente o método, a equipe de Zhang viajou para o México para realizá-lo porque a técnica não estaria sujeita à regulação. Após o nascimento do bebê, os especialistas divulgaram suas descobertas.

A FDA explicou a Zhang que o tratamento, que utiliza uma técnica de substituição mitocondrial, é proibido pelo Congresso por criar embriões modificados geneticamente. O órgão também afirmou que a clínica do médico promove o método como uma maneira de os pais se livrarem de doenças mortais que poderiam ser passadas aos filhos.

Na carta, a FDA recrimina o médico por continuar "comercializando" a técnica para tratar a infertilidade, mesmo tendo se comprometido a não utilizá-la em territóroi americano.

O órgão acrescentou na carta um artigo divulgado pela própria equipe de Zhang, no qual os médicos afirmam que os embriões tinham sido criado nos EUA, mas implementados fora das fronteirasd do país.

Por esse motivo, a FDA pediu que o especialista comunique os passos que serão tomados para lidar com a violação e evitar a repetição. Caso Zhang não faça mudança, o órgão poderá multá-lo.

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