Ciência

Instituto do governo do Rio estuda soro contra novo coronavírus

A ideia é criar um soro hiperimune, como os usados contra a raiva ou contra os venenos de animais peçonhentos, feitos a partir do plasma de cavalos

Coronavírus: a previsão é que em cerca de 4 meses o medicamento já esteja disponível para testes clínicos (Andreas Gebert/Reuters)

Coronavírus: a previsão é que em cerca de 4 meses o medicamento já esteja disponível para testes clínicos (Andreas Gebert/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2020 às 07h01.

O Instituto Vital Brazil, empresa de ciência e tecnologia do governo do Rio, começará a testar na próxima quarta-feira, 27, um soro contra o novo coronavírus. O estudo será feito em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A ideia é a criação de um soro hiperimune, como os usados contra a raiva, que também é um vírus, ou contra os venenos de animais peçonhentos, por exemplo, feitos a partir do plasma de cavalos.

Ao contrário do que acontece nos soros antiofídicos, nos soros contra vírus, a matéria-prima não é extraída de um animal. No estudo com o novo coronavírus, o instituto vai isolar e inativar o vírus, para que a inoculação no cavalo seja feita de forma segura para o animal.

Os cavalos começarão a ser imunizados na quarta-feira recebendo pequenas doses do vírus para que criem anticorpos. Os testes serão feitos em uma unidade em Cachoeiras de Macacu, na Região Metropolitana do Rio.

A previsão é que em cerca de quatro meses o medicamento já esteja disponível para testes clínicos, que incluem testes em humanos. O Instituto possui capacidade para produzir o suficiente para 100 mil tratamentos por ano e espera que em até seis meses o soro esteja disponível para uso em larga escala.

Paralelamente o Vital Brazil fará estudos em anticorpos e DNA de lhamas, uma versão que deve demandar mais tempo para sair da bancada.

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