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Incêndios, secas e ondas de calor vão se agravar no Mediterrâneo

Os desastres ambientais na região serão resultado do aquecimento global, segundo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)

Incêndio no Mediterrâneo: região é considerada "ponto quente" das mudanças climáticas (AFP/AFP Photo)

Ivan Padilla

Publicado em 7 de agosto de 2021 às 12h48.

Última atualização em 7 de agosto de 2021 às 12h50.

Jáenvolvida em uma catástrofe sem precedentes na Grécia e na Turquia, toda a região do Mar Mediterrâneo verá incêndios, secas e ondas de calor agravadas como resultado do aquecimento global, de acordo com a versão preliminar de um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, ao qual a AFP teve acesso exclusivo.

Embora não seja a região do mundo que sofrerá o maior aumento das temperaturas, de acordo com este relatório, o Mediterrâneo, onde vivem 500 milhões de pessoas, é considerado um 'ponto quente' das mudanças climáticas.

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De acordo com um capítulo deste relatório do IPCC sobre as consequências das mudanças climáticas, que será definitivamente aprovado em fevereiro de 2022, o Mediterrâneo está ameaçado por vários fatores relacionados às mudanças climáticas.

"Os pontos preocupantes indicam riscos relacionados à elevação do nível do mar, perda da biodiversidade terrestre e marinha, riscos relacionados a secas, incêndios e alterações do ciclo da água, produção de alimentos, riscos à saúde em aglomerações urbanas e rurais por ondas de calor, e por mosquitos que transmitem doenças".

De acordo com o texto provisório, as temperaturas subiriam mais rápido nas próximas décadas ao redor do Mediterrâneo do que em nível global, o que impactaria a agricultura, a pesca e o turismo.

Isso faria com que dezenas de milhões de pessoas adicionais enfrentassem problemas de escassez de água, risco de inundações costeiras e calor com risco de vida, alertam.

Algumas regiões do Mediterrâneo podem ver suas safras agrícolas dependentes da chuva caírem 64%. A área de florestas queimadas dobraria ou até triplicaria, dependendo dos esforços feitos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, portanto, as mudanças climáticas.

Esta versão preliminar do relatório também conclui que apenas um aquecimento claramente abaixo de 2ºC (objetivo do Acordo de Paris), "permitiria manter em situação viável as aglomerações costeiras, patrimônio cultural, ecossistemas terrestres e marinhos da" bacia mediterrânea.

O aumento das temperaturas elevam a probabilidade de ondas de calor e secas, levando a um aumento nos incêndios.

O IPCC está atualmente estudando outro relatório sobre previsões climáticas, que será divulgado na segunda-feira.

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