Ciência

Fósseis de peixes achados na China esclarecem evolução do ser humano

Os fósseis foram encontrados em 2019, em dois grandes sítios na província de Guizhou e no município de Chongqing, no sudoeste da China

Fósseis de peixes de 440 milhões de anos estão ajudando a preencher lacunas na história da evolução humana (AFP/Divulgação)

Fósseis de peixes de 440 milhões de anos estão ajudando a preencher lacunas na história da evolução humana (AFP/Divulgação)

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AFP

Publicado em 28 de setembro de 2022 às 17h35.

Fósseis de peixes de 440 milhões de anos, descobertos na China, permitem “preencher algumas das principais lacunas” com relação a como os peixes evoluíram até a espécie humana, anunciaram pesquisadores nesta quarta-feira (28).

Os fósseis foram encontrados em 2019, em dois grandes sítios na província de Guizhou e no município de Chongqing, no sudoeste da China.

Esses achados permitem “estabelecer que numerosas estruturas do corpo humano remontam aos peixes, alguns deles de 440 milhões de anos atrás”, declararam os pesquisadores do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia, da Academia Chinesa de Ciências.

As descobertas, destacadas em artigos publicados nesta quarta na revista científica Nature, permitem “preencher algumas das principais lacunas na evolução do peixe ao homem”, segundo a equipe responsável.

Entre os achados de Chongqing está um fóssil de peixe da família dos Acanthodii. Dotados de uma estrutura óssea em torno das nadadeiras, esses peixes são considerados antepassados de seres atuais com mandíbula e coluna vertebral, como é o caso do ser humano.

Em 2013, os cientistas descobriram na China outro fóssil de peixe de 419 milhões de anos, que refutou a antiga teoria de que os peixes modernos dotados de esqueletos ósseos (osteíctios) evoluíram a partir de um peixe parecido com um tubarão e dotado de uma estrutura cartilaginosa.

A nova criatura encontrada na China, chamada Fanjingshania, tem 15 milhões de anos a mais que esse peixe, de acordo com o estudo.

“Trata-se do peixe mais antigo dotado de mandíbula de que se conhece a anatomia”, explicou nesta quarta à imprensa o responsável por essa equipe de pesquisa, Zhu Min.

“É uma descoberta incrível”, afirmou John Long, ex-presidente da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados dos Estados Unidos. “Isso põe em questão quase tudo que sabíamos sobre a história inicial da evolução de animais com mandíbula.”

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