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Estudo revela efeito desigual da mudança climática nos anfíbios

Os pesquisadores estudaram os efeitos a longo prazo de uma doença provocada por um fungo letal que afeta os anfíbios por conta da mudança climática

A tendência global das espécies no período estudado foi clara em seis casos, com quedas de 13% anual no sapo-parteiro, de 11% na rã-ibérica e de 4% na salamandra comum (Stefan Sauer/AFP/AFP)
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EFE

Publicado em 7 de junho de 2018 às 11h05.

Madri- Um trabalho realizado por pesquisadores do Museu Nacional de Ciências Naturais da Espanha e do Centro de Pesquisa de Sierra de Guadarrama (Madri), revelou os desiguais efeitos da mudança climática nos anfíbios, que podem ser benéficos e prejudiciais, de acordo com a espécie.

O trabalho, publicado nesta quinta-feira na revista "Global Change Biology", consistiu no monitoramento ao longo de quase 20 anos dos ovos e larvas de nove espécies de anfíbios em 242 lagos do entorno de Peñalara (Madri).

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Os pesquisadores comprovaram como a mudança de temperatura afeta cada espécie nesta área e estudaram os efeitos a longo prazo da quitridiomicose, uma doença provocada por um fungo letal que afeta as populações de anfíbios de todo o mundo.

O estudo se centrou em exemplares de sapo-parteiro (Alytes obstetricans), rã-ibérica, salamandra, rã de São Antón (Hyla molleri), sapo-corredor (Epidelea calamita), rã comum (Pelophylax perezi), sapo-comum (Bufo spinous), tritão jaspeado (Triturus marmoratus) e tritão alpino (Ichthyosarura alpestris).

Para o pesquisador do museu Luis María Carrascal, "este estudo tão prolongado no tempo permite comprovar as fortes oscilações que ocorrem de um ano para o outro no número de larvas e ovos".

A tendência global das espécies no período estudado foi clara em seis casos, indica um comunicado do centro, com quedas de 13% anual no sapo-parteiro, de 11% na rã-ibérica e de 4% na salamandra comum.

No entanto, foram detectados incrementos em espécies próprias de altitudes menos elevadas que se deslocaram a zonas mais altas por causa do aquecimento global, como a rã de San Antón, com 8% de crescimento, o tritão jaspeado, 9%, e tritão alpino, com 5%.

Entre 1975 e 2016, a temperatura média anual do ar aumentou de 6 a 7,5 graus centígrados na zona de estudo.

Outro pesquisador participante, Jaime Bosch, afirmou que o trabalho documenta, além disso, pela primeira vez para um período tão longo de tempo os efeitos da quitridiomicose e sua relação com a mudança climática.

Segundo o estudo, o aumento de temperatura na zona de montanha pode diminuir o crescimento do fungo responsável pela doença nas espécies que se desenvolvem em corpos de água temporária e não assim nas que necessitam de massas de água permanente.

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