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Estudo liga síndrome de burnout com batimento cardíaco irregular

Nova pesquisa aponta relação entre exaustão vital e fibrilação atrial, que causa batimentos cardíacos irregulares

Síndrome de burnout: estudo aponta ligação da condição com problemas cardíacos (Skynesher/Getty Images)
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Maria Eduarda Cury

Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 11h48.

Última atualização em 15 de janeiro de 2020 às 12h00.

São Paulo - A síndrome de burnout, um distúrbio psíquico normalmente associado com a vida profissional, é identificada quando o indivíduo está com sintomas de cansaço, falta de energia e estresse recorrentes, seja no trabalho ou em casa. Diferentemente de casos de depressão , a síndrome de burnout é caracterizada por exaustão vital e pode ser a causa de um quadro clínico de frequência cardíaca irregular, que pode vir a ser fatal. É isso que mostra uma pesquisa feita por pesquisadores daUniversidade do Sul da Califórnia epublicada no periódico científico European Journal of Preventive Cardiology.

Chamada de fribilação atrial, essa condição aumenta os riscos de ataque cardíaco e é a forma mais comum de arritmia cardíaca. Junto com sua equipe, Parveen K. Garg, cardiologista e professor da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos , analisou indicadores de mais de 11 mil indivíduos, como os níveis de exaustão, raiva, uso de antidepressivos e baixo apoio social durante cerca de 25 anos, para compreender o desenvolvimento da fibrilação atrial.

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Os participantes que demonstraram níveis mais altos de exaustão também apresentaram um risco 20% maior de desenvolver a condição cardíaca, quando comparados com os que tiveram pouca evidência dos sintomas de burnout. O estudo apontou que o sofrimento psicológico, gerado tanto por situações profissionais quanto familiares, é um possível fator de risco para a fibrilação atrial - no entanto, essa é a primeira vez que os resultados para a comparação são mais positivos do que mistos.

Ainda que sejam necessários mais estudos para comprovar a relação apontada, Garg apontou que os dois fatores, quando crônicos, podem prejudicar o tecido cardíaco e ocasionar o desenvolvimento da condição: "A exaustão vital está associada ao aumento da inflamação e à ativação aumentada da resposta fisiológica ao estresse do corpo. Quando essas duas coisas são acionadas cronicamente, elas podem ter efeitos sérios e prejudiciais no tecido cardíaco, o que pode levar ao desenvolvimento dessa arritmia", comenta, em nota, o médico.

No entanto, o único sintoma que apresentou uma relação com a fibrilação atrial foi exaustão - raiva, uso de antidepressivos e falta de suporte social não apresentaram conexões. "As descobertas de raiva e apoio social são consistentes com pesquisas anteriores, mas dois estudos anteriores encontraram uma associação significativa entre o uso de antidepressivos e um risco aumentado de fibrilação atrial. Claramente, ainda há muito trabalho a ser feito", complementou o autor do estudo.

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