Estudo detecta sintomas de covid-19 em crianças 3 meses após contágio
Dos pacientes, 23 tiveram sintomas de dores de cabeça, a falta de ar e o cansaço persistiram
Agência Brasil
Publicado em 27 de janeiro de 2022 às 14h56.
Última atualização em 27 de janeiro de 2022 às 15h09.
Estudo feito no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) identificou sintomas prolongados de covid-19 em 43% de crianças e adolescentes três meses após a infecção. A pesquisa, que acompanhou 53 pacientes, foi publicada na revista científica Clinics, mantida pelo hospital.
Os pacientes com idades entre 8 e 18 anos foram monitorados por mais de quatro meses. Dentro do grupo de 53 que tiveram a infecção por covid-19 confirmada, 23 crianças e adolescentes apresentaram sintomas até três meses depois de ficarem doentes.
Os sintomas mais presentes foram dores de cabeça, reportadas por 19% do total de pacientes. Dores de cabeça fortes e recorrentes foram a queixa de 9%, mesmo percentual disse ter cansaço. A falta de ar afetou 8% e a dificuldade de concentração, 4%.
Entre as crianças e adolescentes que continuaram manifestando sintomas, 70% tiveram covid-19 considerada leve e 30% ficaram doentes de forma considerada moderada ou grave. Exames indicaram ainda que 11% dos jovens que tiveram a doença apresentaram anemia nos exames de acompanhamento.
Os resultados foram comparados com um grupo de controle com 52 crianças e adolescentes com perfil semelhante que não foram diagnosticadas com a infecção.
Como conclusão, o grupo de pesquisadores responsável pelo trabalho avalia que a maioria das crianças e adolescentes que passam pela infecção tem total recuperação em até quatro meses. “No entanto, pacientes com sintomas persistentes podem ter dificuldades que afetam sua qualidade de vida”, destaca o texto.
Devido às manifestações contínuas, os pesquisadores recomendam que crianças e adolescentes sejam monitoradas de perto por uma equipe clínica após contraírem covid-19. O trabalho foi coordenado pelos pesquisadores Clovis Artur Silva, Maria Fernanda Pereira e pelo grupo de estudos em pós-covid-19 pediátrica do HC da USP.