Estudo britânico testa vacina da tuberculose contra a covid-19
Profissionais de atendimento da saúde do Reino Unido receberão testes com a vacina BCG, usada contra a tuberculose
Reuters
Publicado em 11 de outubro de 2020 às 17h14.
Londres - A vacina BCG, amplamente utilizada contra a tuberculose, será testada em profissionais de atendimento da saúde no Reino Unido quanto à sua eficácia contra o coronavírus , disseram os pesquisadores que lideram o braço britânico de um estudo global.
A vacina Bacillus Calmette-Guérin (BCG), usada para proteger contra a bactéria causadora da tuberculose, induz uma ampla resposta do sistema imunológico inato e tem demonstrado proteção contra infecções ou doenças graves causadas por outros patógenos respiratórios.
"Foi demonstrado que a BCG aumenta a imunidade de uma forma generalizada, o que pode oferecer alguma proteção contra a covid-19", disse o professor John Campbell, da Faculdade de Medicina da Universidade de Exeter.
"Estamos tentando estabelecer se a vacina BCG pode ajudar a proteger as pessoas que estão sob risco de Covid-19. Se isso acontecer, poderemos salvar vidas administrando esta vacina disponível e econômica."
O estudo do Reino Unido faz parte de um teste existente liderado pela Austrália, que foi lançado em abril e também tem ramificações na Holanda, Espanha e Brasil. A vacina BCG também está sendo testada como proteção contra a Covid-19 na África do Sul.
O teste britânico está recrutando voluntários antes do inverno, que é quando a situação pode se agravar, segundo as autoridades, uma vez que o país luta contra uma segunda onda de infecções.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, indicou que as restrições para conter a pandemia devem vigorar até a primavera e deve anunciar novas medidas de restrição à circulação no país na segunda-feira.
A parte britânica do teste, que está sendo executado em Exeter, sudoeste da Inglaterra, está procurando recrutar 1.000 pessoas que trabalham em casas de saúde e serviços de saúde comunitários nas proximidades.
Globalmente, mais de 10 mil profissionais de saúde serão recrutados para os estudos.