Estudo aponta associação entre poluição e qualidade do esperma
O estudo encontrou "uma associação sólida" entre um declínio no esperma "normal" e a exposição às partículas PM2.5
AFP
Publicado em 22 de novembro de 2017 às 21h39.
Os homens expostos à poluição do ar por partículas finas correm o risco de ter um esperma menor e de formato anormal, disse um estudo nesta quarta-feira, advertindo que isso "pode resultar em um número significativo de casais com infertilidade".
Uma análise de dados de 2001-2014 de mais de 6.400 homens taiwaneses com entre 15 e 49 anos encontrou "uma associação sólida", disse o estudo, entre um declínio no esperma "normal" e a exposição às partículas PM2.5 (com menos de 2,5 micrômetros de diâmetro).
A associação foi observada para a exposição de curto prazo, de três meses, e para a exposição de longo prazo, de dois anos, de acordo com os resultados do estudo, publicado na revista médica Occupational & Environmental Medicine.
A equipe de pesquisa disse que cada aumento de cinco microgramas por metro cúbico de ar (5 μg/m3) nos níveis de PM 2,5 no período médio de dois anos foi associado a uma "queda significativa" de 1,29% na morfologia normal dos espermatozoides.
A exposição à poluição foi medida no endereço residencial de cada participante usando dados de satélite da Nasa.
Paradoxalmente, os cientistas também encontraram uma associação entre o aumento da concentração dos espermatozoides e o aumento do nível de partículas finas, "possivelmente um mecanismo compensatório", descobriram os pesquisadores.
Uma correlação semelhante foi observada com a exposição a PM 2,5 por apenas três meses - o tempo que leva para gerar o esperma.
A equipe ressaltou que o vínculo observado é meramente "observacional", o que significa que eles não podem afirmar definitivamente que a poluição do ar foi a causa das modificações no sêmen.