Regulamentação sobre o que poderia ser feito no espaço é um dos obstáculos ao projeto (Getty/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 28 de março de 2024 às 08h00.
Ex-funcionária da NASA e PhD em Nanomedicina por Cambridge, Katie King fundou a BioOrbit em 2023 com o objetivo de "identificar pesquisas que poderiam ser realizadas no espaço com o melhor impacto possível sobre os seres humano".
Segundo ela, sua equipe chegou ao conceito de cristalização de medicamentos em microgravidade. Os dados acumulados na Estação Espacial Internacional "apontam para o potencial de revolucionar totalmente o tratamento do câncer", falou King. "Ele precisa ser totalmente realizado, e agora é a hora."ões do
Segundo informações da Wired, a BioOrbit planeja aumentar a escala e comercializar a produção desse tipo de medicamento no espaço. Após receber financiamento da Agência Espacial Europeia, o plano é testar o processo na Estação Espacial Internacional no início do próximo ano para garantir que funcione. E mais tarde, em 2025, eles estão planejando um segundo voo, de preferência com um parceiro farmacêutico.
Vale lembrar que não é a primeira vez que ações como essa acontecem. Empresas como a Bristol-Myers Squibb e a Merck vêm pesquisando o espaço para o desenvolvimento e a fabricação de medicamentos há anos. O diferencial da BioOrbit é a tentativa de colocar os medicamentos numa rota comercial em menos tempo.
Existem obstáculos, claro. Há longas filas para conseguir um lugar em um foguete para transportar materiais para a ISS, e isso é incrivelmente caro. A regulamentação é outro obstáculo: as regras e regulamentações da Terra serão aplicadas no espaço? Se um dos medicamentos da BioOrbit prejudicar um paciente, qual será a jurisdição aplicável?
Especialistas apontam que um caminho poderia ser uma versão para a área da saúde do Tratado do Espaço Exterior, o conjunto de princípios que informa a legislação espacial internacional.
"Há tantos benefícios que a microgravidade poderia trazer para a pesquisa em ciências da vida, o desenvolvimento de medicamentos, a pesquisa do câncer e muito mais que ainda não sabemos", falou a CEO da BioOrbit à Wired.
O objetivo final da empresa é ter uma instalação permanente no espaço exclusivamente para ciência, pesquisa e fabricação.