Eficácia da vacina da Pfizer em crianças é de apenas 12%? Entenda
Um estudo divulgado pela Universidade Estadual de Nova York constatou que a vacina da Pfizer reduz em apenas 12% os casos de covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Porém, existem possíveis explicações por trás do número tão baixo — e que não dizem nada a respeito da eficácia do imunizante, que já foi aplicado mais de 600 milhões de vezes pelo mundo.
A pesquisa focou na população dos EUA e analisou os casos da doença entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, quando a onda da variante ômicron tomou conta do país. A cepa não só aumentou o número de casos e mortes, como também era mais resistente às vacinas disponíveis.
Para comparação, a eficácia registrada pela Pfizer da vacina em crianças de 5 a 11 anos era de 68% antes da ômicron. Ao mesmo tempo, no mesmo estudo, adolescentes entre 12 a 17 anos não apresentaram uma queda tão drástica: a proteção caiu de 66% para 51%.
Então, por que a resistência parece ser menor em crianças? Além da ômicron, a resposta pode estar na dose.
Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, crianças de 5 a 11 anos recebem duas doses de 0,2 ml cada uma (10 microgramas) do imunizante da Pfizer. Adolescentes e adultos recebem 30 microgramas em cada dose.
O estudo também mostra que a queda de eficácia contra a covid grave também é grande, de 100% para 48% em crianças. Em adolescentes, cai de 94% para 73%.
Como não há uma diferença fisiológica tão grande entre adolescentes de 12 e 13 anos aos de 11 anos, por exemplo, os pesquisadores por trás do estudo acreditam que a dose mais baixa pode explicar os resultados.
A dose menor em crianças foi recomendada como uma possível tentativa de minimizar efeitos colaterais da vacina. Porém, o estudo conclui que isso pode comprometer a proteção.